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Fila de transplante terá consulta via internet
Previsão do Ministério da Saúde é que, em até 60 dias, os quase 70 mil pacientes à espera de órgãos possam monitorar suas posições
Pacote anunciado para
estimular transplantes prevê
ainda reajustes e aumento
de remuneração para
hospitais e equipes médicas
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quase 70 mil pacientes que
estão à espera de uma doação
de órgãos poderão monitorar,
pela internet, sua posição na fila. A medida faz parte de um pacote anunciado ontem pelo Ministério da Saúde para aumentar o número de transplantes.
O cadastro de pacientes pela
internet e o acompanhamento
do andamento da fila pela rede
devem começar dentro de 60
dias. A medida faz parte do novo regulamento para a área de
transplantes, que estará em
consulta pública a partir de segunda, segundo previsão do ministério. Nesse processo, quem
quiser apresenta sugestões,
que podem ser aceitas ou não.
"O sistema deve ser sustentado fortemente em cima da
transparência, para que a pessoa candidata a transplante tenha permanentemente segurança sobre a sua posição no
sistema e possa acompanhá-la", disse o ministro José Gomes Temporão, em evento ontem em Brasília, quando lançou
uma campanha para incentivar
a doação de órgãos.
Outras medidas do Ministério da Saúde só deverão ser implementadas após a consulta
pública. A pasta quer mudar
parte dos critérios para as listas
de espera de doação de órgãos.
O doador vivo -que pode
doar rim, parte do fígado ou
parte do pulmão para um paciente- deverá ter preferência,
caso um dia venha a entrar na
fila de espera por órgãos.
Também estão previstas alterações em relação a faixas
etárias.
No caso de transplante de
rim, por exemplo, o Ministério
da Saúde propõe que o órgão de
um doador com menos de 18
anos seja alocado para um paciente também menor de 18
anos, prioritariamente, segundo informou Alberto Beltrame,
diretor do Departamento de
Atenção Especializada.
Reajuste
Temporão também divulgou
reajustes e aumento de remuneração para hospitais e equipes médicas, além de pagamento extra para os exames necessários para a inclusão do paciente da rede pública na fila de
transplantes.
A pasta gastará aproximadamente R$ 60 milhões a mais,
por ano, além do orçamento
atual de R$ 500 milhões para a
área de transplantes.
Os valores pagos aos hospitais credenciados para realizar
transplantes serão reajustados
em até 40%. O transplante de
coração, por exemplo, passará
de R$ 22,2 mil para R$ 31,1 mil.
A menor correção (10%) será
para transplante conjugado de
pâncreas e rins.
As equipes que conseguirem
cumprir as etapas que resultem
efetivamente em transplante
(abordagem da família, manutenção do doador, entre outras)
terão o pagamento dobrado, de
acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde.
A expectativa é que os reajustes e bônus elevem o número
de transplantes no país e também o de notificações.
De acordo com o ministro,
cerca de 50% dos casos de morte encefálica não são notificados -e, assim, oportunidades
de transplantes são perdidas.
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
8.365
transplantes foram
realizados no 1º
semestre de 2008
68.530
pacientes estavam na
fila de espera nesse
período
15,6%
foi o crescimento no
número de transplantes
no 1º semestre deste ano
em relação ao mesmo
período de 2007
R$ 60
milhões
é o valor que deverá ser
gasto anualmente com
as medidas anunciadas
pelo ministério
R$ 500
milhões
é o atual orçamento da
área de transplantes
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