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Delegados da PF são acusados de integrar máfia da gasolina
Operação da própria PF cumpriu ontem 23 dos 40 mandados de prisão expedidos
Entre os presos estão dois delegados e quatro agentes federais; a chamada
máfia dos combustíveis agia no sul do Estado do Rio
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Dois delegados e quatro
agentes da Polícia Federal foram presos ontem pela própria
corporação, sob acusação de
pertencer à chamada máfia da
gasolina, no sul fluminense. Ao
todo, 23 dos 40 mandados de
prisão foram cumpridos.
A prisão preventiva foi determinada contra sete policiais federais, cinco policiais civis do
Rio, um PM de São Paulo, oito
do Rio, 18 empresários e um
despachante.
Segundo a PF, os policiais
permitiam a passagem de caminhões de combustíveis com notas fiscais frias ou reutilizadas
ou mesmo sem o comprovante.
Quatro fiscais da Secretaria
da Fazenda do Rio, oito PMs de
SP e dois caminhoneiros também foram denunciados pelo
Ministério Público Federal,
mas a Justiça não expediu
mandado de prisão contra eles.
A denúncia descreve os crimes de formação de quadrilha,
corrupção ativa e passiva,
transporte clandestino e adulteração de combustível.
Três grupos de empresários
são acusados de pagar, cada
um, entre R$ 20 mil e R$ 50 mil
por mês para a quadrilha.
O chefe do Núcleo de Operações da Delegacia Federal de
Volta Redonda, o policial federal Sérgio Vinícius de Oliveira,
era, segundo a PF, considerado
o chefe da quadrilha, sendo
chamado de "síndico".
O titular da delegacia, César
Augusto Gomes Gaspar, e seu
substituto, Gustavo Stteel,
também foram presos. "O chefe
da delegacia era importante
porque nada disso poderia
ocorrer sem o seu conhecimento e sua autorização", disse o
superintendente da PF no Rio,
Valtinho Jacinto Caetano.
Segundo a PF, o grupo age há
pelo menos um ano. Gaspar comanda a delegacia desde 2004.
As investigações começaram
há seis meses, quando a Superintendência da PF no Rio passou a avaliar o trabalho das delegacias no Estado. "Percebemos que a delegacia de Volta
Redonda tinha uma produtividade muito baixa. O pouco serviço que fazia era repressão ao
tráfico", disse Caetano.
Segundo ele, o grupo de policiais inicialmente fazia blitze
com o objetivo de extorquir dinheiro de caminhoneiros e empresários do setor. Após seguidas propinas, três grupos de
empresários passaram a contribuir mensalmente para uma
"caixinha" dos policiais.
A contribuição garantiu, segundo a PF, o trânsito sem fiscalização pela região e até mesmo escolta para evitar que os
caminhões fossem apreendidos em blitze de policiais não
envolvidos no esquema.
Entre os presos há três empresários paulistas. Eles também são acusados de adulterar
o combustível em um galpão
em Volta Redonda.
A PF não divulgou os nomes
dos advogados dos acusados.
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