São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Colégio chinês dá reforço de matemática para crianças

Para professor, matéria é muito fraca no Brasil

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Crianças filhas de imigrantes chineses durante aula em escolinha que ensina mandarim e matemática, na região central

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Numa portinha escondida da rua Florêncio de Abreu, ao lado da 25 de Março, no centro, funciona a escolinha De Xin Hua Wen, para chineses.
Enquanto os pais trabalham em suas lojas, as crianças aprendem a ler e a escrever em mandarim e em português e têm aulas de matemática -para reforçar o conteúdo aprendido, pela manhã, nas escolas brasileiras.
"Matemática no Brasil é muito fraca", diz Wei Wan Gu, dono da escola há um ano, em português ruim. A entrevista é feita com a ajuda de uma aluna, Lídia, 12.
Ex-professor universitário, Wei mudou-se para o Brasil com a mulher, após a vinda da sogra. Herdou a escolinha, que já existia há quatro anos, de outro chinês, que resolveu voltar para seu país.
No total, cerca de 80 filhos de chineses -parte nascida na China, outra já no Brasil- frequentam a escola. A maioria conversa em mandarim. Os mais adolescentes, no entanto, preferem o português.
Nos últimos anos, escolinhas como a de Wei se espalharam pela região central da cidade. Como não há escolas chinesas de ensino convencional, as escolinhas são uma forma de manter as crianças em contato com o mandarim não só na família.
Percebendo a necessidade, alguns colégios já passaram a oferecer serviço especial para os chineses.
No tradicional colégio particular católico de São Bento, também próximo à 25 de Março, cerca de 40% dos estudantes são chineses. A escola criou até uma secretaria chinesa, com funcionárias que falam mandarim, para atender os pais que se atrapalham com o português.
A procura da comunidade pela escola começou em 2006 e só tem crescido. A pedido dos pais, no entanto, o São Bento não divulga o número exato de alunos chineses que tem. Afirma que é questão de segurança e que os pais dos alunos chineses são muito reservados.

COMÉRCIO
Na rua 25 de Março, tradicional ponto de varejo de São Paulo, os chineses têm posição de destaque há anos. Mas vêm ocupando cada vez mais espaço. "Eles estão comprando pontos, alugando lojas maiores. Daqui a pouco tomam conta", diz o entregador Sérgio Falcão, 27, que trabalha na região há 10 anos.
"Já tiraram muita loja tradicional daqui e abriram as deles", conta Américo Andrade, 52, lojista há 19 anos.
(TB e RV)


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