|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Colégio chinês dá reforço de matemática para crianças
Para professor, matéria é muito fraca no Brasil
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
|
|
Crianças filhas de imigrantes chineses durante aula em escolinha que ensina mandarim e matemática, na região central
DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Numa portinha escondida
da rua Florêncio de Abreu, ao
lado da 25 de Março, no centro, funciona a escolinha De
Xin Hua Wen, para chineses.
Enquanto os pais trabalham em suas lojas, as crianças aprendem a ler e a escrever em mandarim e em português e têm aulas de matemática -para reforçar o conteúdo aprendido, pela manhã,
nas escolas brasileiras.
"Matemática no Brasil é
muito fraca", diz Wei Wan
Gu, dono da escola há um
ano, em português ruim. A
entrevista é feita com a ajuda
de uma aluna, Lídia, 12.
Ex-professor universitário,
Wei mudou-se para o Brasil
com a mulher, após a vinda
da sogra. Herdou a escolinha, que já existia há quatro
anos, de outro chinês, que resolveu voltar para seu país.
No total, cerca de 80 filhos
de chineses -parte nascida
na China, outra já no Brasil-
frequentam a escola. A maioria conversa em mandarim.
Os mais adolescentes, no entanto, preferem o português.
Nos últimos anos, escolinhas como a de Wei se espalharam pela região central da
cidade. Como não há escolas
chinesas de ensino convencional, as escolinhas são
uma forma de manter as
crianças em contato com o
mandarim não só na família.
Percebendo a necessidade, alguns colégios já passaram a oferecer serviço especial para os chineses.
No tradicional colégio particular católico de São Bento,
também próximo à 25 de
Março, cerca de 40% dos estudantes são chineses. A escola criou até uma secretaria
chinesa, com funcionárias
que falam mandarim, para
atender os pais que se atrapalham com o português.
A procura da comunidade
pela escola começou em
2006 e só tem crescido. A pedido dos pais, no entanto, o
São Bento não divulga o número exato de alunos chineses que tem. Afirma que é
questão de segurança e que
os pais dos alunos chineses
são muito reservados.
COMÉRCIO
Na rua 25 de Março, tradicional ponto de varejo de São
Paulo, os chineses têm posição de destaque há anos. Mas
vêm ocupando cada vez mais
espaço. "Eles estão comprando pontos, alugando lojas
maiores. Daqui a pouco tomam conta", diz o entregador Sérgio Falcão, 27, que trabalha na região há 10 anos.
"Já tiraram muita loja tradicional daqui e abriram as
deles", conta Américo Andrade, 52, lojista há 19 anos.
(TB e RV)
Texto Anterior: Reclusa e discreta, colônia chinesa se espalha por SP Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros
|