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Cabeleireira quer trocar salão por cachoeira
Moradores dos distritos de Marsilac e Parelheiros, no sul da capital de SP, pretendem se beneficiar do projeto de ecoturismo na região
Produtor de plantas ornamentais e cogumelos shimeji na ilha do Bororé também espera aumentar sua renda com o turismo
DA REPORTAGEM LOCAL
A cabeleireira Mara Nobile
quer abandonar o salão que
tem em Embu-Guaçu (Grande
SP). Em 2009, se tudo der certo, ela vai se mudar para o sítio
da família em Marsilac (sul da
capital) e viver do turismo.
O sítio tem a única cachoeira
(das 15 mapeadas) que vai integrar o catálogo turístico da região, que o Sebrae pretende
lançar até dezembro. O turista
que quiser visitar a cachoeira
do Sagüi pagará R$ 5. É daí que
a cabeleireira espera tirar o seu
sustento.
Hoje, apenas o filho de 30
anos mora no sítio. Ela e o marido, motorista de ônibus, vivem em Embu-Guaçu. Em
2009, só ela deixará o trabalho.
O marido continuará no trânsito, pelo menos até que o dinheiro dos turistas seja suficiente
para manter toda a família.
"Eu preciso trabalhar fora.
Tivemos a oportunidade de
comprar esse sítio, que estava
numa situação precária. Não
chegava nem carro. Agora, já
arrumamos e acredito que a
gente possa tirar nosso sustento de lá." Para receber os turistas -todos com hora marcada e
acompanhados de monitores
treinados-, a família juntou dinheiro para construir a fossa e
o banheiro. Agora, termina
uma área coberta para abrigar
os visitantes em dias de chuva.
Só serão aceitos até 40 turistas de cada vez. É o máximo que
a trilha que leva à cachoeira
permite. E a cachoeira é, na
verdade, a única possibilidade
de renda que a propriedade dá à
família Nobile. Como está dentro da APA (Área de Proteção
Ambiental) Capivari-Monos,
construções e atividades são
restritas e controladas.
Valdemir Ferro produz plantas ornamentais e cogumelos
shimeji na ilha do Bororé. Ele
também espera incrementar
sua renda com o turismo em
seu sítio. "O pessoal vai lá, dou
um café da manhã e eles aproveitam para conhecer como é o
cultivo do cogumelo", disse
Ferro. Ele vive da produção do
sítio Florarte, que vende para
restaurantes na Grande São
Paulo e em um box no Ceagesp.
"Faltam alguns detalhes, mas o
projeto [de turismo na região]
está bem encaminhado."
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