São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Cabeleireira quer trocar salão por cachoeira

Moradores dos distritos de Marsilac e Parelheiros, no sul da capital de SP, pretendem se beneficiar do projeto de ecoturismo na região

Produtor de plantas ornamentais e cogumelos shimeji na ilha do Bororé também espera aumentar sua renda com o turismo

DA REPORTAGEM LOCAL

A cabeleireira Mara Nobile quer abandonar o salão que tem em Embu-Guaçu (Grande SP). Em 2009, se tudo der certo, ela vai se mudar para o sítio da família em Marsilac (sul da capital) e viver do turismo.
O sítio tem a única cachoeira (das 15 mapeadas) que vai integrar o catálogo turístico da região, que o Sebrae pretende lançar até dezembro. O turista que quiser visitar a cachoeira do Sagüi pagará R$ 5. É daí que a cabeleireira espera tirar o seu sustento.
Hoje, apenas o filho de 30 anos mora no sítio. Ela e o marido, motorista de ônibus, vivem em Embu-Guaçu. Em 2009, só ela deixará o trabalho. O marido continuará no trânsito, pelo menos até que o dinheiro dos turistas seja suficiente para manter toda a família.
"Eu preciso trabalhar fora. Tivemos a oportunidade de comprar esse sítio, que estava numa situação precária. Não chegava nem carro. Agora, já arrumamos e acredito que a gente possa tirar nosso sustento de lá." Para receber os turistas -todos com hora marcada e acompanhados de monitores treinados-, a família juntou dinheiro para construir a fossa e o banheiro. Agora, termina uma área coberta para abrigar os visitantes em dias de chuva.
Só serão aceitos até 40 turistas de cada vez. É o máximo que a trilha que leva à cachoeira permite. E a cachoeira é, na verdade, a única possibilidade de renda que a propriedade dá à família Nobile. Como está dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) Capivari-Monos, construções e atividades são restritas e controladas.
Valdemir Ferro produz plantas ornamentais e cogumelos shimeji na ilha do Bororé. Ele também espera incrementar sua renda com o turismo em seu sítio. "O pessoal vai lá, dou um café da manhã e eles aproveitam para conhecer como é o cultivo do cogumelo", disse Ferro. Ele vive da produção do sítio Florarte, que vende para restaurantes na Grande São Paulo e em um box no Ceagesp.
"Faltam alguns detalhes, mas o projeto [de turismo na região] está bem encaminhado."


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