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Índios e donos de sítios esperam lucros
DA REPORTAGEM LOCAL
A cabeleireira Mara Nobile
quer abandonar o salão que
tem em Embu-Guaçu. Em
2009, se tudo der certo, ela vai
se mudar para o sítio da família
em Marsilac e viver do turismo.
O sítio, comprado com dificuldade, tem a única cachoeira
(das 15 mapeadas na região)
que vai integrar o catálogo turístico. O turista que quiser visitar a cachoeira do Sagüi pagará R$ 5. É daí que a cabeleireira
espera tirar seu sustento.
"Eu preciso trabalhar fora.
Nós tivemos a oportunidade de
comprar esse sítio, que estava
numa situação muito precária.
Não chegava nem carro. Agora,
nós já conseguimos arrumar e
eu acredito que a gente possa tirar nosso sustento de lá."
Valdemir Ferro produz plantas ornamentais e cogumelos
shimeji na ilha do Bororé. Ele
também espera poder incrementar sua renda com o turismo em seu sítio.
"O pessoal vai lá, dou um cafezinho da manhã e eles aproveitam para conhecer como é o
cultivo do cogumelo. Eu dou
uma palestrinha de uma meia
hora. Na verdade, eu mais respondo perguntas", disse Ferro.
Também os índios se preparam. Dançar para o "branco",
cantar para o "branco", passear
na mata com o "branco" e vender artesanato para o "branco".
É o que querem os cerca de 300
índios da aldeia guarani Krukutu. Mas só de vez em quando.
"A gente não é igual ao homem "branco". A gente não tem
intenção de receber ônibus todo dia. O "branco", se deixar,
vem todo dia. Para a gente, uma
vez por mês já tá bom", afirmou
Olivio Zeferino da Silva, ou Olivio Jekupé, escritor e presidente da Associação Guarani Nhe'ê
Porã, formada para defender os
interesses da aldeia.
"Sempre vinha turista aqui e
pedia para a gente dançar para
eles. Já que eles vinham mesmo, resolvemos cobrar", disse.
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