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"Trocadilhos" deram origem a alfabeto
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
Como o arco e a flecha, a escrita é uma tecnologia que foi
inventada mais de uma vez.
Os dois primeiros sistemas
de que se tem notícia, o hieroglífico egípcio, que parece ter
surgido por volta de 3100 a.C., e
o cuneiforme sumério, mais ou
menos de 3300 a.C., mas cujos
sinais precursores remontam a
8000 a.C., partiram de uma representação ideográfica do que
se desejava representar. Isso
significa que o hieróglifo egípcio correspondente a um touro
significa mesmo "touro".
De forma já um pouco mais
sofisticada, o desenho de uma
orelha de vaca significa "ouvir".
Num grau ainda maior de elaboração, os antigos egípcios
passaram a valer-se também de
trocadilhos, vá lá, infames. Feitas as adaptações para o português, o desenho de um rei, seguido do de uma casa e do de
uma rainha significaria "o rei
[se] casa com a rainha".
Esse é o truque que, numa
evolução posterior, resultará
na escrita alfabética. As representações ideográficas cedem
lugar a novas formas em que os
sinais já não se referem às coisas, mas a sons da língua falada.
Com isso, pode-se registrar virtualmente tudo, inclusive nomes próprios e ideias abstratas,
que antes representavam um
obstáculo difícil de contornar.
O alfabeto, mais ou menos
como nós o conhecemos, em
que as letras correspondem
apenas a sons, surge no segundo milênio antes de Cristo. Ao
que tudo indica, foram os fenícios, com o alfabeto proto-sinaítico, que radicalizam o que
já se insinuava nas escritas suméria e egípcia e passam a fazer
com que cada sinal corresponda a um som da língua, decompondo-a em elementos mínimos. A partir disso, surgem
quase todos demais alfabetos.
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