Embora operadoras registrem queda nas vendas, alguns destinos já esgotaram

Setor de hotelaria aponta uma desistência de 20% nas reservas feitas para o Natal e o Réveillon como efeito do caos nos aeroportos

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA

Dezembro ainda nem despontou e todo mundo só tem energia para pensar no bem-bom e planejar as ansiadas férias de verão, de preferência bem longe do estresse e da rotina. Pena que a crise aérea que persiste desde outubro ainda ameace as passagens entre o céu e o sonho.
O efeito do caos provocado pela operação-padrão dos operadores de vôo está atrapalhando os planos do setor de turismo, que previa um crescimento de 10% nesta temporada. A incerteza de uma solução à vista derrubou as vendas em 8% somente nos últimos 30 dias. "O Brasil é um país continental. Por mais que passageiros optem por navio, carro ou ônibus, o principal meio de transporte é o avião", diz Leonel Rossi Júnior, da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).
A hotelaria também sofreu um baque. Cerca de 20% das reservas de Natal e Réveillon foram canceladas em todo o país, segundo Eraldo Alves da Cruz, 52, presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis). "Quem vai se prestar a fazer um viagem numa condição dessas?", pergunta.
A esperança dos operadores é que os turistas mais prudentes estejam apenas adiando a compra da viagem. "O passageiro é cauteloso, mas todo mundo não vê a hora de viajar", acredita Cleyton Armelin, 41, diretor comercial da CVC.
Maior operadora de turismo do país, a empresa está otimista e não chegou a revisar sua expectativa de crescimento de 20% na temporada nem alterou os 190 fretamentos semanais (90% deles nacionais) previstos para o verão. Tudo confirmado, serão cerca de 40 mil passageiros embarcando em aviões e ônibus toda semana.
Pelo sim, pelo não, veja ao lado um ranking das preferências desta temporada, inspirado nos elementos da ciência antiga -terra, ar, água e fogo- para sair do lugar comum e apresentar roteiros bem diferentes, capazes de despertar desejos até então insuspeitos.


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