São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2010 |
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HISTÓRIAS REAIS Que mundo é esse? Motorista de ônibus, Reginaldo Dias Peixoto, 36, é uma das vítimas do conflito. Ele foi atingido na cabeça enquanto trabalhava. "Na hora que eu soube, falei: "Meu Deus, que mundo é esse? Quantas mães estão chorando agora como eu?'", disse Jacinta Dias Ferreira, 56, mãe de Reginaldo, que se recupera no hospital Getúlio Vargas. Chato, chato, chato O servente de pedreiro José Pereira voltava para casa, no alto da favela Chatuba, vizinha à Vila Cruzeiro, quando foi atingido por um tiro no pé "Quem não tem nada a ver com o assunto é que paga o pato. Isso é chato, chato, chato. É preciso saber quem é bandido e quem é trabalhador." De portas fechadas A falta de funcionários levou a Viação Nossa Senhora de Lourdes a fechar sua garagem ontem pela manhã. A empresa fica na Penha, nos arredores da Vila Cruzeiro. Segundo o Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, os motoristas não compareceram ao trabalho por medo da onda de violência. As linhas da Nossa Senhora de Lourdes ligam o bairro da zona norte ao centro da cidade e a outros bairros da região. Abrigo A Prefeitura do Rio anunciou ontem que moradores da região dos Complexos da Penha e do Alemão que não conseguissem -ou estivessem com medo- de voltar para casa poderiam ficar abrigados no Grêmio Recreativo Industrial da Penha. Lá, seria montado um posto com alimentação e colchonetes. Tiro no braço Ao ouvir barulho de helicópteros da polícia, Daniele Cristina Silva Nicanor, 22, pediu para alguém fechar a janela da casa, que fica no alto da Vila Cruzeiro. O primo Ronald Nicanor, 21, atendeu o pedido e foi atingido por um tiro, exatamente na hora que colocou o braço para fora da janela. Nicanor tinha deixado de trabalhar ontem por medo de ser vítima da violência Sem samba A escola de samba Império Serrano, em Madureira, cancelou a coroação da rainha de bateria da escola, Vânia Love, irmã do jogador de futebol Vagner Love, que aconteceria amanhã. A escola de samba Renascer, em Jacarepaguá, também suspendeu o ensaio que aconteceria hoje. Lençol branco No Complexo do Alemão, moradores da favela que saíram às janelas de suas casas foram filmados com lençóis, toalhas e panos brancos, em um pedido de paz. Em baixa Hoje, a região do Complexo do Alemão tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano da cidade (0,771). Quem nasce lá vive em média 64,8 anos. O patamar é nove anos inferior à média de expectativa de vida no Rio. O desemprego na região supera a média da cidade -10,3% procuravam trabalho em 2009. Na cidade, a média era de 6,8%. Texto Anterior: Renda de facção vem de complexos do Alemão e Penha Próximo Texto: Informações sobre falsos ataques trazem transtorno aos cariocas Índice | Comunicar Erros |
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