São Paulo, sábado, 26 de dezembro de 1998

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Falsa médica leva bebê de hospital

da Reportagem Local

Uma mulher, fazendo-se passar por médica, raptou o filho recém-nascido da dona-de-casa Jucineide Maria Florêncio da Silva, 27, que estava internada em um quarto do Hospital Central Sorocabana, na Lapa, na zona noroeste de São Paulo.
O crime aconteceu na noite do último dia 23. Jucineide e seu marido, Ednilson Ferreira de Arandes, 39, passaram a véspera e o dia de Natal à procura do seu filho. Ontem, o perito Sidney Barbosa, da seccional sul do Decap (Departamento da Polícia Judiciária da Capital)
No final da tarde de ontem, o casal localizou o perito Sidney Barbosa para fazer um retrato falado da falsa médica.
A mãe teve o filho na manhã do dia 22. O bebê passou a noite com a mãe. No dia seguinte, na hora da visita, uma mulher morena, com traços asiáticos e vestindo roupas brancas, entrou no quarto onde estava Jucineide e outras três mães.
Segundo a dona-de-casa, essa mulher chegou a fazer algumas perguntas sobre o sexo e a saúde do bebê sem se identificar. Ela teria entrado e saído do quarto várias vezes.
Quando o horário de visita já havia terminado, a desconhecida esperou uma enfermeira sair do quarto e abordou Jucineide. Ela disse que era médica e que teria de levar o bebê para exames pediátricos. "Essa mulher falou que na véspera de Natal o hospital não iria dar conta de fazer exames em todos os bebês", disse a mãe.
Eram cerca de 19h quando Jucineide tirou o filho que mamava em seu peito e o entregou à falsa médica. Ela pediu para que Jucineide ficasse deitada e olhando para a parede por meia hora, sem se mexer para que os remédios que ela havia tomado fizessem efeito.
"Não desconfiei de nada. Fiz tudo o que ela me pediu e adormeci." A mãe acordou à meia-noite e sentiu falta do filho. Informou à enfermeira, que estranhou e comunicou à chefia.
"Fomos ao berçário e ele não estava lá. Aí, me desesperei." De acordo com Jucineide, a enfermeira chefe da maternidade foi logo em seguida ao 7º DP (Lapa) e registrou um boletim de ocorrência. A Folha não conseguiu localizar ontem o diretor do hospital, Fernando Gomes de Araújo. Os funcionários do hospital se recusaram a dar informações sobre o caso.



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