DA REPORTAGEM LOCAL

O uso de drogas para a dor caiu em até 60% entre pacientes que se submeteram a uma nova técnica para o tratamento de hemorróidas internas. A doença é uma alteração nos vasos sanguíneos na região do ânus que pode levar a sangramentos. O cirurgião gastroenterologista Alexandre Sakano, 33, do Hospital e Maternidade São Luiz, explica o procedimento.

Folha- Em quais casos a cirurgia pode ser aplicada?
Alexandre Sakano - A cirurgia pode ser aplicada nos casos em que os pacientes apresentam dor, sangramento, sensação de peso ou protuberância no ânus e, principalmente, nos casos de prolapso mucoso, em que a queixa principal é a saída da camada mucosa [pele interna" do reto através do ânus.

Folha - Como funciona a técnica?
Sakano - Ela consiste na retirada das hemorróidas utilizando-se um grampeador com grampos de titânio. É um sistema semelhante ao dos grampeadores de papel. Esse aparelho faz um corte no início do reto, na parte interna do ânus, retirando as hemorróidas e, ao mesmo tempo, faz uma sutura [costura" com os grampos, que substituem os pontos, unindo a pele do reto à do ânus para fechar o espaço antes ocupado pelas hemorróidas. O grampeador foi lançado no Brasil em julho de 2000.

Folha - Em que esta técnica difere da abordagem tradicional?
Sakano - Na abordagem tradicional, realizam-se cortes na pele da região do ânus para retirada das hemorróidas, que se estendem desde a parte externa até o início do reto, na parte interna do ânus, o que resulta em feridas. Elas demoram a cicatrizar e provocam muita dor. Na técnica com o grampeador, o corte é feito apenas na parte interna do ânus, onde não há sensibilidade, portanto a dor é menor e não há feridas abertas.



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