São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2004

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Projetos abordam uso de crack e sexo seguro

DA REPORTAGEM LOCAL

Além do "Chá de Lírio", o grupo "É de Lei" tem três outros projetos de rua. Como também ocorre em Santa Catarina, Salvador e Juiz de Fora, os projetos estão distribuindo cachimbos aos crackeiros, evitando que queimem os lábios e com isso transmitam herpes e até tuberculose.
"No "Chá de Lírio", eles discutem como reduzir os danos sociais e à saúde provocados pela droga", diz Paulo Giacomini, jornalista e um dos coordenadores do grupo.
Naime Silva fala da dificuldade em manter o contato com os crackeiros. "Eles chegam com medo, cheios de "nóia" da polícia e de lugares públicos. Às vezes são barrados pelos seguranças da galeria. Nós vamos esperá-los lá na rua."
Em três locais diferentes, o grupo vem trabalhando com cerca de 170 dependentes. Um dos projetos se chama "Sexta, sábado, pedem cachimbo", dirigido para usuários de crack, e "Nem patroa, nem patrão; sexo só com proteção", para profissionais do sexo.

Recife
No Recife, a Associação de Usuários de Álcool e outras Drogas é formado por dependentes, ex-dependentes, familiares e "técnicos" voluntários como psicólogos, por exemplo. "Entre os dependentes, alguns estão querendo parar, outros só querem saber como reduzir os riscos da droga", afirma Marcílio Cavalcanti Lima, presidente do grupo.
Segundo ele, no grupo há oito "que estão em abstinência", seis que trocaram a cocaína pela maconha e cerca de dez que só querem reduzir os danos.
"Quando me perguntam, digo que uso droga fumada. Não preciso dizer se é cigarro comum ou maconha", diz Cavalcanti. "Nossa associação defende usuários de drogas lícitas e ilícitas." (AB)

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