São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2004

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SEGURANÇA

A procura pelas 1.500 vagas de soldado ocorreu nos cinco primeiros dias; o salário inicial oferecido é de R$ 780

14 mil já se inscreveram para a PM no Rio

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Em apenas cinco dias de inscrição, o concurso para soldado da Polícia Militar do Estado do Rio, cujo salário inicial é de R$ 780, já atraiu cerca de 14 mil candidatos. As inscrições terminarão na próxima sexta-feira. São 1.500 vagas. Só podem participar homens entre 21 e 30 anos de idade , com o ensino médio completo.
Por causa da grande procura, há candidatos que dormem na fila ou vêm de cidades distantes para fazer a inscrição. A PM anunciou que mais 500 vagas poderão ser abertas. O perfil dos candidatos inscritos é variado -desempregados, pessoas que querem mudar de emprego, militares e universitários. Todos querem conseguir estabilidade no trabalho.
À meia-noite de ontem, a fila começou a se formar no Centro de Formação e Recrutamento de Praças da PM, em Sulacap (zona norte), um dos postos de inscrição. Até o meio-dia, 500 candidatos haviam passado por lá. Há ainda outros dois postos: São Cristóvão (zona norte) e Campo Grande (zona oeste).
Os filhos de PM ou os que vestiam farda das Forças Armadas tiveram prioridade na fila. Esse privilégio é norma nos concursos da corporação. Muitas pessoas vieram de bermuda e foram impedidas de fazer a inscrição.
O primeiro a chegar à fila foi o ex-balconista Vágner Gimenes, 26, de Magé, cidade a 60 km do Rio. Desempregado há quatro anos, ele quer a vaga para sustentar a mulher e duas enteadas.
Enquanto aguardava na fila, o auxiliar de estoque Marcelo Costa, 29, já se preparava para a prova. Ele lia um livro de gramática. "Quero passar para poder pagar um curso de administração."
Um grupo de 30 candidatos de Campos (a 280 km do Rio) fretou um ônibus para vir à capital e fazer a inscrição. Cada um pagou R$ 60 pela viagem de ida e volta.
Um dos "forasteiros", Eduardo Ribeiro, 27, disse que resolveu fazer o concurso porque tem experiência em segurança. Embora considere o salário baixo, ele quer estabilidade para poder freqüentar uma faculdade de direito.
Alan Malafaia, 22, que cursa direito, afirmou ter largado o emprego de segurança para se preparar para o concurso.
Fernando Araújo, 25, que cursa o último ano de fisioterapia, quer entrar para a PM para trabalhar no Hospital Central, onde os policiais feridos são tratados.
Duas outras disputas ocorriam do lado de fora do posto. A dos vendedores de apostilas e a dos propagandistas de cursos preparatórios para o concurso.
Apostilas eram vendidas a preços que variavam de R$ 7 a R$ 10.


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