São Paulo, quarta, 27 de janeiro de 1999

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PB manda destruir barragens para reduzir racionamento

ADELSON BARBOSA
em João Pessoa

O governo da Paraíba determinou ontem a destruição de oito barragens clandestinas localizadas nos afluentes dos rios Gramame e Mamuaba, que abastecem João Pessoa e as cidades de Beyeux, Cabedelo e Santa Rita.
A idéia é aumentar a vazão dos dois rios e reduzir o racionamento de água que começou na segunda-feira. Cerca de 700 mil pessoas estão sendo afetadas pelo primeiro racionamento de água na capital paraibana nos últimos 30 anos.
As barragens acumulam água que é utilizada na irrigação por grandes fazendas agrícolas da região. A barragem Gramame/Mamuaba, que tem capacidade para 56 milhões de metros cúbicos de água, está com menos de 20% da capacidade.
A vazão do rio Gramame, que é de 800 litros por segundo, foi reduzida para 137 litros, segundo o diretor de operações da Cagepa (Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba), Guarany Viana. Ele disse que a vazão do rio Mamuaba foi reduzida de 800 litros por segundo para menos da metade.
O secretário de Recursos Hídricos do Estado, Gilberto Morais, deu ontem um prazo de 24 horas para que os próprios fazendeiros desobstruam os afluentes dos rios Gramame e Mamuaba. Ele ameaçou aplicar multas e prender quem se recusar a desobstruir os rios.
"Se eles não destruírem, nós vamos mandar as máquinas da Cagepa e da secretaria destruir as barragens", afirmou Morais. Segundo ele, após a destruição das barragens, o racionamento de água em João Pessoa pode ser reduzido na próxima semana.
Morais disse que os técnicos da secretaria lacraram, esta semana, 30 bombas que utilizavam a água dos rios na irrigação. Com o lacre, a lâmina de água dos rios aumentou de 2 cm para 25 cm altura.



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