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ACIDENTE
Fogo, que não deixou feridos, durou 12 horas em edifício de escritórios da Eletrobrás; Defesa Civil afasta risco de desabamento
Incêndio destrói 6 andares de prédio no Rio
Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
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Fachada do edifício Herm. Stoltz, que pegou fogo na madrugada de ontem |
FABIANA CIMIERI
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Um incêndio que começou na
madrugada de ontem e durou 12
horas destruiu totalmente os seis
últimos andares do prédio da Eletrobrás, na esquina das avenidas
Presidente Vargas e Rio Branco,
uma das mais movimentadas do
centro do Rio. Não houve feridos.
A Defesa Civil informou ontem
que a estrutura do prédio não foi
abalada e que não há risco de desabamento. O comandante da
Defesa Civil do Estado, Carlos Alberto de Carvalho, afirmou, no
entanto, que podem cair rebocos
de concreto da fachada.
Cerca de 150 bombeiros combateram o incêndio, que só foi controlado por volta das 16h15. Até a
conclusão desta edição, as causas
do acidente eram desconhecidas.
As avenidas Presidente Vargas e
Rio Branco ficaram interditadas
nas proximidades do edifício por
medida de segurança. Houve engarrafamento por toda a manhã.
Dos seis pisos destruídos, quatro eram da Eletrobrás, um da Sul
América Capitalização e o outro
servia ao uso comum. O Banco
Real tinha salas do térreo ao sexto
andar, que não foram atingidas.
O fogo começou por volta das
4h15, no 17º andar, onde ficam os
departamentos internacional, de
acompanhamento empresarial e
de comunicação da Eletrobrás.
O Corpo de Bombeiros foi chamado às 4h36, por um funcionário da brigada de incêndio do edifício. De acordo com o relações-públicas da corporação, coronel
Rony Alberto Azevedo, a equipe
de combate chegou 16 minutos
depois de receber o chamado.
Segundo a Eletrobrás, o primeiro foco foi logo controlado. Por
volta das 6h, funcionários do departamento de informática entraram no prédio e teriam conseguido recuperar informações da rede
de computadores da empresa.
Às 7h, uma explosão fez o fogo
se propagar para os cinco andares
superiores. Esquadrias das janelas
e dos aparelhos de ar-condicionado derreteram. Os aparelhos caíram e vidraças explodiram.
"As labaredas ultrapassavam o
prédio e caíam bolas de fogo e
aparelhos de ar-condicionado",
disse o empresário Carlos Eijoan,
que chegou ao trabalho às 7h30.
Pelo menos outros oito prédios
foram interditados pela Defesa
Civil. A previsão é que os edifícios
vizinhos sejam liberados hoje.
Às 11h10, o Corpo de Bombeiros
anunciou que o fogo estava controlado, mas surgiram novos focos às 13h30 -no 20º andar- e
às 15h15 ocorreu uma nova explosão, dessa vez no 21º andar.
Segundo o comandante da Capital do Corpo de Bombeiros,
Francisco Carlos Bragança, há
suspeita de que essa última explosão tenha sido provocada por um
depósito de óleo diesel.
Para o engenheiro Reynaldo
Barros, presidente do Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio, não há
risco iminente de desabamento,
mas há perigo na operação rescaldo: "Quando o ferro esfriar, irá se
contrair, fragilizando o concreto,
que pode se desfazer". Para ele, a
solução será escorar ou demolir
os andares comprometidos.
Sobre as causas do acidente,
Barros disse que é possível que algum equipamento elétrico tenha
ficado ligado desde sexta-feira,
quando começou o Carnaval, e
causado um curto-circuito.
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Ébole ainda farão
uma avaliação, mas não descartam a hipótese de ato criminoso.
Segundo o coronel João Carlos
Mariano, da Defesa Civil Municipal, o prédio poderá ser liberado
parcialmente dentro de dez dias.
Bombeiros sofreram queimaduras leves, dois pedestres foram
atingidos por estilhaços de vidro e
uma mulher foi atropelada por
um carro dos bombeiros quando
olhava o acidente.
No início da noite, a imprensa
teve acesso ao 17º e ao 18º andar.
Os pavimentos ficaram completamente destruídos. Pilhas de papel
queimado se juntavam a arquivos
e móveis destruídos pelo incêndio, além de fios retorcidos pendurados pelas paredes.
Colaborou CHICO SANTOS, da Sucursal
do Rio
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