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AMBIENTE
Material está na Bahia
Juiz suspende queima de resíduos tóxicos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A Justiça da Bahia suspendeu
ontem a incineração de 3.600 toneladas de resíduos tóxicos produzidos pela Rhodia, em São Paulo, e que foram transportados para a Cetrel (Central de Tratamento de Efluentes Líquidos), no Pólo
Petroquímico de Camaçari (região metropolitana de Salvador).
Na liminar, concedida a uma
ação popular movida pelo deputado estadual Zilton Rocha (PT),
o juiz Ricardo Calheiros, da 5ª Vara da Fazenda Pública, determinou também a interceptação dos
caminhões carregados com o material tóxico nas estradas federais
e estaduais do país. De acordo
com o juiz, os caminhões deverão
retornar para São Paulo.
Em sua sentença, o juiz escreveu
também que a Rhodia aguardou
dez anos para encontrar um
"cliente" para a sua "mercadoria"
-por determinação da Justiça de
São Paulo, a incineração dos resíduos que a empresa produziu na
antiga fábrica de Cubatão (SP) está proibida no Estado.
Na ação, o deputado petista alegou que a incineração na Bahia
pode contaminar o ambiente e
colocar em risco e saúde pública.
Ontem à tarde, Carlos Eugênio
Bezerra de Menezes, 55, diretor
da Cetrel, disse que a empresa vai
recorrer para tentar cassar a liminar. "A operação é totalmente regular, temos licença dos órgãos
ambientais e possuímos o maior
parque incinerador do Brasil."
O diretor disse também que a
Cetrel tem capacidade para incinerar até 36 mil toneladas de resíduos químicos por ano. "O produto encaminhado pela Rhodia
não é de alta periculosidade." Até
ser notificada pela Justiça, ontem
à tarde, a Cetrel já tinha incinerado 900 toneladas do produto.
Nos dez lixões químicos, há organoclorados como o pentaclorofenol, o pó da China, e o hexaclorobenzeno, substâncias cancerígenas, banidas em 2001 pelo tratado internacional de Estocolmo,
do qual o Brasil é signatário.
Roberto Custódio, assessor de
imprensa da Rhodia, disse à
Agência Folha que iria localizar
um diretor da empresa para falar
sobre a decisão judicial. Até o fechamento desta edição, nenhum
diretor contatou a reportagem.
(LUIZ FRANCISCO e FAUSTO SIQUEIRA)
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