São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2005

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PLANTÃO MÉDICO

A sífilis ainda é problema

JULIO ABRAMCZYK

A sífilis é conhecida há mais de 500 anos, a identificação do seu agente infeccioso completa 100 anos na quinta e a cura da doença existe há pouco mais de 60 anos. Mas a doença continua sendo transmitida em todos os segmentos da sociedade, em tempos de promiscuidade sexual.
Nas décadas de 50 e 60, a penicilina era usada para todos os problemas de saúde, principalmente doenças nas quais não tinha nenhuma ação, como resfriado e gripe. Mas esse uso abusivo resultou num benefício indireto: doentes que desconheciam ser portadores de sífilis acabavam se curando. A redução na incidência da doença foi tão grande que as escolas médicas deixaram de mostrar aos estudantes as lesões sifilíticas típicas em pacientes.
A descoberta do Treponema pallidum, inicialmente denominado Spirocheta pallida por Erich Hoffman e Fritz Schaudin, foi em 3 de março de 1905, em Berlim. A bactéria não produz toxinas, o que talvez explique sua evolução silenciosa, inicialmente. E não há, até hoje, uma vacina. A melhor forma de prevenção continua sendo a camisinha. Muitas bactérias desenvolveram resistência à penicilina. Mas o T. pallidum não. A penicilina, da infecção primária da sífilis à sua forma mais tardia, é eficaz no controle e na cura da doença. Para os alérgicos à penicilina há outros antibióticos.
Como a doença não dá imunidade, uma vez curado ele poderá reinfectar-se.


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