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PLANTÃO MÉDICO
A sífilis ainda é problema
JULIO ABRAMCZYK
A sífilis é conhecida há mais de
500 anos, a identificação do seu
agente infeccioso completa 100
anos na quinta e a cura da doença
existe há pouco mais de 60 anos.
Mas a doença continua sendo
transmitida em todos os segmentos da sociedade, em tempos de
promiscuidade sexual.
Nas décadas de 50 e 60, a penicilina era usada para todos os problemas de saúde, principalmente
doenças nas quais não tinha nenhuma ação, como resfriado e
gripe. Mas esse uso abusivo resultou num benefício indireto: doentes que desconheciam ser portadores de sífilis acabavam se curando. A redução na incidência
da doença foi tão grande que as
escolas médicas deixaram de
mostrar aos estudantes as lesões
sifilíticas típicas em pacientes.
A descoberta do Treponema pallidum, inicialmente denominado
Spirocheta pallida por Erich
Hoffman e Fritz Schaudin, foi em
3 de março de 1905, em Berlim. A
bactéria não produz toxinas, o
que talvez explique sua evolução
silenciosa, inicialmente. E não há,
até hoje, uma vacina. A melhor
forma de prevenção continua
sendo a camisinha. Muitas bactérias desenvolveram resistência à
penicilina. Mas o T. pallidum não.
A penicilina, da infecção primária
da sífilis à sua forma mais tardia, é
eficaz no controle e na cura da
doença. Para os alérgicos à penicilina há outros antibióticos.
Como a doença não dá imunidade, uma vez curado ele poderá
reinfectar-se.
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