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Francisco Morato fecha e Morumbi "entope"
DA REPORTAGEM LOCAL
Ronco de motores, freadas
bruscas, congestionamentos e
até carros na contramão. No
primeiro dia útil de interdição
da avenida Francisco Morato
(zona oeste) por causa das
obras da linha 4-amarela do
metrô, ruas residenciais vizinhas, da região do Morumbi,
tornaram-se rota de carros,
motos e ônibus desviados.
"Olha esse trânsito. Aqui, a
essa hora [por volta das 19h],
normalmente não passa quase
ninguém", contou Ricardo Lúcio, 30, vigilante nas ruas Dom
Armando Lombardi e Lino
Marcondes, duas das cerca de
dez que viraram rota de tráfego
intenso durante todo o dia.
Na rua desde as 8h, Lúcio
contou ter visto pelo menos dez
carros entrando na contramão
na Lino Marcondes, que deixou
de ser mão dupla e passou a ter
um único sentido por causa do
bloqueio. "Quatro frearam em
cima, não bateram por pouco."
O dia foi uma mostra da situação que deve permanecer
pelos próximos dois meses,
tempo previsto para o bloqueio, que começou no domingo e pegou de surpresa moradores e comerciantes. "Fecharam
de um dia para o outro", disse
Mariana Borba, 23, que mora a
duas quadras da avenida.
O comércio da área interditada abriu, mas os proprietários
preveem queda de até 50% no
faturamento. "Se tivessem avisado com antecedência, teria
dado tempo de avisar os clientes", disse Cristina Melo, 33,
dona de uma loja de decoração.
A interdição do principal corredor de ligação com a região
Sul do país, por onde passam
2.200 veículos por hora nos picos em cada sentido, foi motivo
de surpresa não só para moradores, motoristas e lojistas.
Até a Subprefeitura do Butantã, que planejava implantar
na região um projeto para a redução do tráfego em áreas residenciais, diz que só foi informada na semana passada.
O Consórcio Via Amarela diz
que a interrupção total do tráfego se deve à "eventual necessidade de ocupação da pista para tratamento de solo" e à "possibilidade de movimentação de
máquinas e equipamentos".
A CET diz que foi avisada da
necessidade de interdição em
janeiro -embora ela constasse
de estudos preliminares. Alega
que não foi programada para
um período menos crítico porque seguiu o cronograma do
Metrô e do consórcio.
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