São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

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Francisco Morato fecha e Morumbi "entope"

DA REPORTAGEM LOCAL

Ronco de motores, freadas bruscas, congestionamentos e até carros na contramão. No primeiro dia útil de interdição da avenida Francisco Morato (zona oeste) por causa das obras da linha 4-amarela do metrô, ruas residenciais vizinhas, da região do Morumbi, tornaram-se rota de carros, motos e ônibus desviados.
"Olha esse trânsito. Aqui, a essa hora [por volta das 19h], normalmente não passa quase ninguém", contou Ricardo Lúcio, 30, vigilante nas ruas Dom Armando Lombardi e Lino Marcondes, duas das cerca de dez que viraram rota de tráfego intenso durante todo o dia.
Na rua desde as 8h, Lúcio contou ter visto pelo menos dez carros entrando na contramão na Lino Marcondes, que deixou de ser mão dupla e passou a ter um único sentido por causa do bloqueio. "Quatro frearam em cima, não bateram por pouco."
O dia foi uma mostra da situação que deve permanecer pelos próximos dois meses, tempo previsto para o bloqueio, que começou no domingo e pegou de surpresa moradores e comerciantes. "Fecharam de um dia para o outro", disse Mariana Borba, 23, que mora a duas quadras da avenida.
O comércio da área interditada abriu, mas os proprietários preveem queda de até 50% no faturamento. "Se tivessem avisado com antecedência, teria dado tempo de avisar os clientes", disse Cristina Melo, 33, dona de uma loja de decoração.
A interdição do principal corredor de ligação com a região Sul do país, por onde passam 2.200 veículos por hora nos picos em cada sentido, foi motivo de surpresa não só para moradores, motoristas e lojistas.
Até a Subprefeitura do Butantã, que planejava implantar na região um projeto para a redução do tráfego em áreas residenciais, diz que só foi informada na semana passada.
O Consórcio Via Amarela diz que a interrupção total do tráfego se deve à "eventual necessidade de ocupação da pista para tratamento de solo" e à "possibilidade de movimentação de máquinas e equipamentos".
A CET diz que foi avisada da necessidade de interdição em janeiro -embora ela constasse de estudos preliminares. Alega que não foi programada para um período menos crítico porque seguiu o cronograma do Metrô e do consórcio.


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