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Quatro são presos acusados de ligação com rede de pedofilia
Juíza decretou prisão temporária após sessão em que crianças de 5 a 14 anos reconheceram os suspeitos em Catanduva
Outras 3 pessoas não foram reconhecidas e estão fora da investigação, segundo a delegada do caso; acusados não falaram com a imprensa
ROBERTO MADUREIRA
ENVIADO ESPECIAL A CATANDUVA
Quatro pessoas foram presas
ontem em Catanduva acusadas
de envolvimento em uma suposta rede de pedofilia. Elas foram reconhecidas por meninos
de 5 a 14 anos durante sessão na
DIG (Delegacia de Investigações Gerais). A prisão temporária de cinco dias foi determinada pela juíza da Vara da Infância, Sueli Juarez Alonso.
Segundo a polícia, William
Melo de Souza, 19, o almoxarife
Eduardo Augusto Arquino, 19,
e dois adolescentes foram
apontados como aliciadores
das crianças, e não abusadores.
Souza já havia sido preso e
solto em seguida. Ele é apontado como a pessoa que amarrava
as crianças para os abusos de
seu tio, o borracheiro José Barra Nova de Melo, 46, que está
preso desde 15 de janeiro.
As famílias das crianças afirmaram à reportagem que um
médico também foi reconhecido, mas a delegada Rosana da
Silva Vanni negou. O médico é
dono de uma casa de luxo que
seria um dos locais onde ocorreram os abusos.
Rosana afirmou que, por ora,
a única evidência contra os acusados são o depoimento e o reconhecimento das crianças.
No total, 23 crianças teriam
sofrido abuso ou tido envolvimento com os acusados, mas só
nove foram selecionadas para o
reconhecimento. Apenas uma
criança de seis anos não reconheceu nenhum acusado. As
outras oito apontaram o sobrinho do borracheiro. Seis reconheceram os dois adolescentes.
Um empresário, seu motorista e o filho de um comerciante, que tinham sido citados nos
depoimentos, não foram reconhecidos e agora estão fora da
investigação, disse a delegada.
Durante o reconhecimento,
as mães não puderam ficar com
os filhos, que também não foram acompanhados por um
psicólogo. Assistiram à sessão o
promotor Antonio Bandeira
Neto e o representante da juíza,
Antonio Bernardes.
Nenhum dos acusados ou
seus advogados falou com os
jornalistas. Os que não foram
presos saíram da delegacia em
carros com vidros fechados.
No depoimento à delegada,
após o reconhecimento, os dois
adolescentes disseram que
nunca aliciaram crianças para
abuso. Arquino alegou que está
sendo injustiçado porque a polícia apreendeu uma foto em
que aparece abraçado a Souza,
que também alegou inocência.
Ao chegar à delegacia, um dos
adolescentes foi agredido pela
mãe de um dos meninos.
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