São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

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Quatro são presos acusados de ligação com rede de pedofilia

Juíza decretou prisão temporária após sessão em que crianças de 5 a 14 anos reconheceram os suspeitos em Catanduva

Outras 3 pessoas não foram reconhecidas e estão fora da investigação, segundo a delegada do caso; acusados não falaram com a imprensa

ROBERTO MADUREIRA
ENVIADO ESPECIAL A CATANDUVA

Quatro pessoas foram presas ontem em Catanduva acusadas de envolvimento em uma suposta rede de pedofilia. Elas foram reconhecidas por meninos de 5 a 14 anos durante sessão na DIG (Delegacia de Investigações Gerais). A prisão temporária de cinco dias foi determinada pela juíza da Vara da Infância, Sueli Juarez Alonso.
Segundo a polícia, William Melo de Souza, 19, o almoxarife Eduardo Augusto Arquino, 19, e dois adolescentes foram apontados como aliciadores das crianças, e não abusadores.
Souza já havia sido preso e solto em seguida. Ele é apontado como a pessoa que amarrava as crianças para os abusos de seu tio, o borracheiro José Barra Nova de Melo, 46, que está preso desde 15 de janeiro.
As famílias das crianças afirmaram à reportagem que um médico também foi reconhecido, mas a delegada Rosana da Silva Vanni negou. O médico é dono de uma casa de luxo que seria um dos locais onde ocorreram os abusos.
Rosana afirmou que, por ora, a única evidência contra os acusados são o depoimento e o reconhecimento das crianças.
No total, 23 crianças teriam sofrido abuso ou tido envolvimento com os acusados, mas só nove foram selecionadas para o reconhecimento. Apenas uma criança de seis anos não reconheceu nenhum acusado. As outras oito apontaram o sobrinho do borracheiro. Seis reconheceram os dois adolescentes.
Um empresário, seu motorista e o filho de um comerciante, que tinham sido citados nos depoimentos, não foram reconhecidos e agora estão fora da investigação, disse a delegada.
Durante o reconhecimento, as mães não puderam ficar com os filhos, que também não foram acompanhados por um psicólogo. Assistiram à sessão o promotor Antonio Bandeira Neto e o representante da juíza, Antonio Bernardes.
Nenhum dos acusados ou seus advogados falou com os jornalistas. Os que não foram presos saíram da delegacia em carros com vidros fechados.
No depoimento à delegada, após o reconhecimento, os dois adolescentes disseram que nunca aliciaram crianças para abuso. Arquino alegou que está sendo injustiçado porque a polícia apreendeu uma foto em que aparece abraçado a Souza, que também alegou inocência.
Ao chegar à delegacia, um dos adolescentes foi agredido pela mãe de um dos meninos.


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