São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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CORRUPÇÃO

Corretores apontados pelos moradores como cobradores de propina também negaram existência de irregularidades

BID e Estado dizem desconhecer denúncia

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Por meio da assessoria de relações externas, o BID afirmou que assinou em janeiro de 2006 o contrato com o governo do Amazonas. Disse que as ações de desapropriação conduzidas pelo Estado ocorreram anteriormente a essa data. "O BID informou que não tem conhecimento das denúncias", diz a nota enviada à Folha.
Segundo a assessoria do BID, projetos financiados pela instituição são fiscalizados. "Atividades de avaliação são incorporadas a todas as fases do ciclo de qualquer projeto apoiado pelo BID, a começar com os estudos durante o processo de preparação, até que o projeto tenha sido implementado, quando são feitos estudos e avaliações de seu impacto."
O diretor-presidente da Suhab, Robson Roberto, disse que os corretores que trabalham no Prosamim exercem o direito da categoria, que não havia credenciamento de corretores sob a responsabilidade do governo e que desconhecia as denúncias. "Das 3,2 mil desapropriações, apenas seis foram por via judicial."
A Folha localizou os corretores citados na reportagem. João Paulo dos Santos negou receber "por fora". Afirmou que o dinheiro recebido, R$ 10 mil, foi pela casa vendida na zona leste. Ao ser indagado se tinha credenciamento do Creci para interceder nas desapropriações do Prosamim, respondeu: "Você está partindo para um caminho que não é da sua alçada". Depois, desligou o celular.
O corretor Valter Araújo, que intermediou a compra da casa da beneficiária Marilda Cardoso, negou ter recebido vantagens no negócio. Disse que já participou de 20 desapropriações. "Sou corretor cadastrado no Prosamim. Eu ganhei minha comissão de 6%, que é o justo do meu trabalho, R$ 1.200", afirmou. (KÁTIA BRASIL)


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