São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2007

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Para polícia, viúva de milionário é a mandante do crime

Inquérito concluiu que a mulher de Renné Senna mandou matar o vencedor da Mega-Sena por medo de perder bens

Adriana Almeida, a viúva, nega o crime; outras cinco pessoas também foram apontadas como tendo participado do assassinato

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Civil apontou Adriana Almeida como mandante da morte do marido, Renné Senna, milionário da Mega-Sena, assassinado em janeiro. O inquérito foi encerrado ontem e aponta ainda a participação de outras cinco pessoas, entre elas ex-seguranças de Renné. Todos estão presos.
Para a polícia, Adriana temia perder metade dos bens do marido, após uma discussão com Renné. Ele ameaçara retirá-la do testamento, destinando seus bens aos 11 irmãos e à filha, Renata Senna. Renné ganhou R$ 52 milhões em um concurso da Mega-Sena, em 2005.
"Ela [Adriana] entraria como mandante porque teria contratado o Anderson [Sousa, um dos ex-seguranças] para cometer o crime e ele, então, teria contratado os demais indiciados, que já eram comparsas dele", afirmou Ricardo Barboza, delegado-adjunto da Delegacia de Homicídios. A viúva, desde o início do caso, sempre negou a participação no crime.
Anderson Sousa é acusado de ser o autor dos disparos que mataram o ex-lavrador. Teriam participado do crime os ex-seguranças do milionário Edney Gonçalves -que teria ido ao local do crime, junto com Anderson- e Ronaldo Amaral de Oliveira. Foram indiciados ainda Marco Antônio Vicente e a mulher de Anderson, Janaína Oliveira. Todos acusados de auxiliar na execução do crime em Rio Bonito. Edney negou a participação no crime ao ser preso, em fevereiro. Disse que estava em casa na hora do crime.
Uma das provas da polícia é uma moto que, segundo testemunhas, foi camuflada para que não exibisse marcas de queda ocorridas na fuga.
Serviram como provas ainda o rastreamento das ligações em dias próximos ao crime e dados bancários -entre eles a retirada do saldo das contas conjuntas que Adriana mantinha com o marido dias após o crime.
"A lista com as localizações das antenas de celulares aumentam as contradições dos depoimentos deles e contrariam toda a tese de que Adriana e Sousa não mantinham contato desde a demissão do ex-PM da fazenda, em setembro do ano passado", disse o delegado.
A arma que Anderson usava desapareceu. Em depoimento informal, ele disse estar em Petrópolis (região Serrana) na casa de parentes no dia do crime.
O motivo do crime, segundo a polícia, surgiu quatro dias antes do assassinato, quando Renné descobriu que Adriana sacara R$ 300 mil da conta conjunta sem lhe avisar. Segundo a polícia, ela pretendia comprar uma cobertura e viver com o amante, o motorista de van Robson de Andrade Oliveira.
Renné, então, ameaçou retirar Adriana do testamento.
A Promotoria tem até sexta para oferecer denúncia contra os seis indiciados. Até o final desta edição, os advogados dos acusados não foram achados.


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