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Para polícia, viúva de milionário é a mandante do crime
Inquérito concluiu que a mulher de Renné Senna mandou matar o vencedor da Mega-Sena por medo de perder bens
Adriana Almeida, a viúva, nega o crime; outras cinco pessoas também foram apontadas como tendo participado do assassinato
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Civil apontou
Adriana Almeida como mandante da morte do marido,
Renné Senna, milionário da
Mega-Sena, assassinado em janeiro. O inquérito foi encerrado ontem e aponta ainda a participação de outras cinco pessoas, entre elas ex-seguranças
de Renné. Todos estão presos.
Para a polícia, Adriana temia
perder metade dos bens do marido, após uma discussão com
Renné. Ele ameaçara retirá-la
do testamento, destinando
seus bens aos 11 irmãos e à filha,
Renata Senna. Renné ganhou
R$ 52 milhões em um concurso
da Mega-Sena, em 2005.
"Ela [Adriana] entraria como
mandante porque teria contratado o Anderson [Sousa, um
dos ex-seguranças] para cometer o crime e ele, então, teria
contratado os demais indiciados, que já eram comparsas dele", afirmou Ricardo Barboza,
delegado-adjunto da Delegacia
de Homicídios. A viúva, desde o
início do caso, sempre negou a
participação no crime.
Anderson Sousa é acusado de
ser o autor dos disparos que
mataram o ex-lavrador. Teriam
participado do crime os ex-seguranças do milionário Edney
Gonçalves -que teria ido ao local do crime, junto com Anderson- e Ronaldo Amaral de Oliveira. Foram indiciados ainda
Marco Antônio Vicente e a mulher de Anderson, Janaína Oliveira. Todos acusados de auxiliar na execução do crime em
Rio Bonito. Edney negou a participação no crime ao ser preso,
em fevereiro. Disse que estava
em casa na hora do crime.
Uma das provas da polícia é
uma moto que, segundo testemunhas, foi camuflada para
que não exibisse marcas de
queda ocorridas na fuga.
Serviram como provas ainda
o rastreamento das ligações em
dias próximos ao crime e dados
bancários -entre eles a retirada do saldo das contas conjuntas que Adriana mantinha com
o marido dias após o crime.
"A lista com as localizações
das antenas de celulares aumentam as contradições dos
depoimentos deles e contrariam toda a tese de que Adriana
e Sousa não mantinham contato desde a demissão do ex-PM
da fazenda, em setembro do
ano passado", disse o delegado.
A arma que Anderson usava
desapareceu. Em depoimento
informal, ele disse estar em Petrópolis (região Serrana) na casa de parentes no dia do crime.
O motivo do crime, segundo
a polícia, surgiu quatro dias antes do assassinato, quando
Renné descobriu que Adriana
sacara R$ 300 mil da conta conjunta sem lhe avisar. Segundo a
polícia, ela pretendia comprar
uma cobertura e viver com o
amante, o motorista de van
Robson de Andrade Oliveira.
Renné, então, ameaçou retirar Adriana do testamento.
A Promotoria tem até sexta
para oferecer denúncia contra
os seis indiciados. Até o final
desta edição, os advogados dos
acusados não foram achados.
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