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Remédio e stent se equivalem, diz pesquisa
Resultado obtido em hospital americano vale para pacientes que não apresentam risco imediato de ataque cardíaco
Estudo mostrou que quem recebeu a prótese cardíaca não viveu mais ou teve menos ataques do que os tratados só com drogas
DO "THE NEW YORK TIMES"
Pacientes que colocam stents
para abrir suas artérias não têm
benefícios duradouros quando
comparados aos que são tratados apenas com medicamentos, segundo pesquisadores
anunciaram ontem.
O resultado vale para pacientes que têm doenças cardíacas,
mas que estão estáveis, em situações que não são consideradas de emergência.
Os stents são pequenas próteses, como malhinhas de metal, que servem para desbloquear artérias onde formam-se
placas de gordura. São colocados por meio de uma angioplastia, quando um cateter é inserido e leva um balão com o stent.
Segundo os pesquisadores do
Buffalo General Hospital, nos
EUA, pacientes que recebem os
stents além de serem tratados
com drogas têm melhor fluxo
sangüíneo do que os tratados
apenas com remédios. Mas eles
não vivem mais ou têm menos
ataques cardíacos.
A descoberta confirma resultados de pequenos testes. Nesse estudo, porém, os pesquisadores também constataram
que vantagens do uso de stent
- alívio de dores no peito, falta
de ar e outros sintomas de que
as artérias estão entupidas-
desaparecem com o passar do
tempo mesmo que os implantes obtenham sucesso.
Após cinco anos, pelo menos
sete entre dez pacientes dos
dois grupos ficaram livres de
dores de angina, de acordo com
os pesquisadores, que revelaram seus resultados no encontro do "American College of
Cardiology".
Steven Nissen, o presidente
do grupo de cardiologia, considerou o estudo "bombástico".
Os achados aumentam dúvidas sobre o valor de angioplastias e stents, que vem sendo
usados por 6 milhões de pacientes no mundo desde 1990.
São realizados no Brasil 35
mil angioplastias ao ano, sendo
que 95% envolvem a colocação
de stents, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
Estudos têm demonstrado
que a angioplastia e o uso de
stents podem salvar vidas
quando usados durante ataques cardíacos. Mas centenas
de milhares de americanos que
se submetem ao procedimento
a cada ano caem no grupo avaliado na pesquisa clínica que
não estão em perigo imediato.
Desde 2002, orientações da
American Heart Association e
do American College of Cardiology são para usar os procedimentos apenas depois de esforços para tratar os sintomas desses pacientes com drogas.
Colaborou a REPORTAGEM LOCAL
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