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ADMINISTRAÇÃO
Atitude é tentativa de melhorar a imagem do sistema em ano
eleitoral, abalada pela crise financeira
Prefeitura negocia dívidas que são do PAS
CARLOS MAGNO DE NARDI
da Reportagem Local
Na tentativa de melhorar a imagem do PAS (Plano de Atendimento à Saúde), abalada por uma
crise financeira e uma dívida de
pelo menos RS 200 milhões, a administração Celso Pitta (PPB) passou a intervir diretamente em contratos privados entre empresas
fornecedoras e as cooperativas de
atendimento à saúde.
O próprio secretário Jorge Pagura (Saúde) tem negociado com
fornecedores do PAS reduções de
dívidas, alongamento de prazos e
acordos para retirada de ações impetradas na Justiça por descumprimento de contratos.
Esse tipo de negociação caberia
às próprias cooperativas do PAS,
que, legalmente, têm independência administrativa e financeira. Na
hipótese remota de lucro, por
exemplo, o montante fica com as
próprias cooperativas e não retorna à prefeitura.
Pagura diz que se conseguir fechar acordos com os fornecedores
vai otimizar os custos das cooperativas e dar maior "fôlego" ao serviço de saúde prestado à população (leia texto nesta página).
A melhoria da imagem e dos serviços prestados pelo PAS -uma
das bandeiras de campanha do então candidato Celso Pitta, em 96-
é considerada vital para a candidatura a governador de Paulo Maluf,
padrinho político do atual prefeito, nas eleições deste ano.
Em reunião com o empresário
Reinaldo Caro Ormiga, sócio-proprietário da Ormiga Comércio e
Representações Ltda., na última
terça-feira, Pagura propôs a retirada das ações da empresa contra
o PAS em tramitação na Justiça.
Em troca, haveria uma agilização
dos pagamentos.
Fornecedora de equipamentos
médicos para todas as 14 cooperativas do PAS, a Ormiga pediu à
Justiça a falência de uma delas, a
Cooperpas 2, que administra o
atendimento de saúde no Butantã
e na Lapa, no último dia 18, devido
ao atraso de pagamentos.
A mesma empresa moveu, em
setembro do ano passado, uma
ação de arresto de bens contra a
Cooperpas 5 (Itaquera) para garantir o pagamento de dívidas. O
pedido foi acolhido pelo juiz José
Henrique Arantes Theodoro. No
total, a empresa tem que receber
cerca de R$ 1 milhão do PAS.
A Ormiga é apenas uma das cerca de 30 fornecedoras que já acionaram o PAS na Justiça.
O PAS é um sistema de atendimento e administração da saúde
municipal implantado em São
Paulo em 96. Com ele, a prefeitura
deixou de administrar os hospitais
e postos de saúde. A administração passou para as cooperativas.
No total são, 14 cooperativas que
recebem uma verba calculada de
acordo com uma estimativa do
número de pessoas atendidas. Em
98, a prefeitura destinou R$ 50 milhões por mês às cooperativas.
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