São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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CRIMES VIRTUAIS

Brasil é um dos quatro países com maior número de usuários pedófilos no mundo, segundo ONG

Orkut abrirá sigilo de internautas em caso de pedofilia

SÉRGIO VINÍCIUS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O Google, que é proprietário do Orkut, aceitou ontem abrir os dados dos internautas suspeitos de veicular páginas e comunidades de pedofilia. Foi o que afirmou o diretor jurídico do Google, David C. Drummond, em audiência pública convocada pela Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Drummond foi chamado pela comissão para dar explicações sobre as diversas páginas do Orkut que apresentam material criminoso, como incentivo à prostituição infantil, tráfico de drogas e racismo. Mas a principal preocupação dos membros da comissão, bem como do Ministério Público e da Polícia Federal, é a crescente abordagem à pedofilia on-line.
Segundo Thiago Tavares de Oliveira, da ONG Safernet (www. safernet.com.br), o Brasil é um dos quatro países com maior número de internautas pedófilos no mundo. "Estamos atrás somente dos EUA, da Rússia e da Coréia." Em menos de dois meses, o site Safernet recebeu mais de 14 mil e-mails com denúncias sobre comunidades e conteúdo inapropriado no site de relacionamentos. A maioria das reclamações era ligada à material sobre pedofilia, mas há denúncias de racismo, machismo e prostituição infantil.
Nos EUA, o site mais popular de relacionamentos, o MySpace, adotou medidas contra conteúdo impróprio (veja quadro ao lado).
Até ontem, o Google nunca havia se pronunciado sobre como iria auxiliar na coibição a páginas criminosas no Orkut. Tanto que, segundo o procurador Sérgio Suiama, em dois anos, o Ministério Público enviou 30 ordens judiciais ao Google requerendo dados de usuários e pedindo o fim de comunidades, e a empresa só tirou do ar uma página de skinheads.
Em São Paulo, a Justiça Federal determinou que o Google abra o sigilo dos dados que possam identificar pessoas envolvidas com seis comunidades do Orkut de conteúdo pedófilo, racista ou de ódio às minorias.
Ao todo, o Ministério Público Federal requisitou a quebra de sigilo de dez comunidades no Orkut no Brasil, mas os demais pedidos ainda não foram julgados.


Colaborou a Reportagem Local

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