São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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PF prende quadrilha de seqüestradores

Operação aconteceu em quatro Estados e prendeu 30; entre eles, quatro policias federais e dois civis

ROGÉRIO PAGNAN
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Trinta pessoas acusadas de participar de uma quadrilha especializada em seqüestros de fazendeiros foram presas ontem durante operação realizada pela Polícia Federal em quatro Estados: São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais.
Um dos líderes da quadrilha, José Pins, preso na semana passada no Paraná, é considerado pela PF como um dos mais violentos seqüestradores do país. Sua quadrilha torturava as vítimas para conseguir delas informações de quanto poderiam pagar para serem soltas.
Entre os presos estão quatro policias federais, dois policiais civis paulistas, um policial rodoviário federal e cerca de dez pessoas, segundo a PF, com ligação à facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com o delegado da PF Júlio Baida, 32, coordenador da Operação Oeste, a quadrilha realizou pelo menos 15 seqüestros desde 2005.
A principal característica do grupo era atrair as vítimas com proposta de vendas de máquinas agrícolas e de grãos com preços abaixo do mercado.
Quando os compradores chegavam aos lugares indicados pelos supostos vendedores, eram rendidos e levados para chácaras alugadas pela quadrilha. As vítimas eram obrigadas a ligar para a família ou para sócios para que o dinheiro fosse depositado na conta bancária indicada pelo grupo.
Os 36 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão foram cumpridos pelos policiais em 13 cidades do país, entre SP, MG, GO e PR, Estados onde a quadrilha atuava. Seis acusados já estavam presos e outros seis estão foragidos.

Tentativa de assassinato
A Polícia Federal informou ter encontrado, durante a investigação da quadrilha de José Pins, "veementes indícios" dos mandantes de uma tentativa de assassinato contra o jornalista José Ursílio de Souza e Silva, de Marília (SP), em 2006.
"Essa quadrilha é poderosa e tudo isto aconteceu porque escrevi sobre pessoas que têm ligação com o grupo de Pins, mas paguei caro por isto e hoje sou prisioneiro do medo", disse ele.


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