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PF prende quadrilha de seqüestradores
Operação aconteceu em quatro Estados e prendeu 30; entre eles, quatro policias federais e dois civis
ROGÉRIO PAGNAN
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Trinta pessoas acusadas de
participar de uma quadrilha especializada em seqüestros de
fazendeiros foram presas ontem durante operação realizada pela Polícia Federal em quatro Estados: São Paulo, Paraná,
Goiás e Minas Gerais.
Um dos líderes da quadrilha,
José Pins, preso na semana
passada no Paraná, é considerado pela PF como um dos mais
violentos seqüestradores do
país. Sua quadrilha torturava as
vítimas para conseguir delas
informações de quanto poderiam pagar para serem soltas.
Entre os presos estão quatro
policias federais, dois policiais
civis paulistas, um policial rodoviário federal e cerca de dez
pessoas, segundo a PF, com ligação à facção PCC (Primeiro
Comando da Capital).
De acordo com o delegado da
PF Júlio Baida, 32, coordenador da Operação Oeste, a quadrilha realizou pelo menos 15
seqüestros desde 2005.
A principal característica do
grupo era atrair as vítimas com
proposta de vendas de máquinas agrícolas e de grãos com
preços abaixo do mercado.
Quando os compradores chegavam aos lugares indicados
pelos supostos vendedores,
eram rendidos e levados para
chácaras alugadas pela quadrilha. As vítimas eram obrigadas
a ligar para a família ou para sócios para que o dinheiro fosse
depositado na conta bancária
indicada pelo grupo.
Os 36 mandados de prisão e
42 de busca e apreensão foram
cumpridos pelos policiais em
13 cidades do país, entre SP,
MG, GO e PR, Estados onde a
quadrilha atuava. Seis acusados
já estavam presos e outros seis
estão foragidos.
Tentativa de assassinato
A Polícia Federal informou
ter encontrado, durante a investigação da quadrilha de José
Pins, "veementes indícios" dos
mandantes de uma tentativa de
assassinato contra o jornalista
José Ursílio de Souza e Silva, de
Marília (SP), em 2006.
"Essa quadrilha é poderosa e
tudo isto aconteceu porque escrevi sobre pessoas que têm ligação com o grupo de Pins, mas
paguei caro por isto e hoje sou
prisioneiro do medo", disse ele.
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