São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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Universitária é mais uma vítima de bala perdida no Rio

Juliana Pereira da Silva, 23, foi atingida na virilha quando passava de carro pela avenida Brasil em frente a uma favela

A polícia afirma que conflito ocorreu entre traficantes da facção ADA (Amigo dos Amigos) e membros do CV (Comando Vermelho)

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A estudante de marketing Juliana Pereira da Silva, 23, morreu ontem após ser mais uma vítima das balas perdidas no Rio. A jovem foi atingida na virilha, quando passava de carro pela avenida Brasil, na altura de Realengo (zona oeste).
Ela estava em um Celta prateado, por volta das 7h, quando foi baleada em frente à favela do Fumacê, na mesma região. No carro estavam ainda Daniel Domingues Silva, 26, e Stefani Serpa de Castro, 23, que sofreram ferimentos leves causados por estilhaços de balas.
Os três baleados foram hospitalizados. Juliana foi atendida, mas não resistiu e morreu às 9h30. Ela trabalhava para a fabricante da bebida energética Red Bull. A estudante será enterrada hoje.
O tiroteio de ontem levou pânico às pessoas que passavam em carros e ônibus de manhã pela avenida Brasil, principal via de acesso da zona oeste ao centro do Rio.
Segundo a polícia, o conflito ocorreu entre traficantes ligados à facção criminosa ADA (Amigo dos Amigos), que dominam as bocas-de-fumo no local, e membros do CV (Comando Vermelho), que estariam tentando tomar o controle dos pontos-de-venda de drogas.

Rotina de tiros
Em março, ocorreu um dos casos mais emblemáticos de vítimas das balas perdidas no Rio este ano. Uma menina de 12 anos foi morta no morro dos Macacos, em Vila Isabel (zona norte do Rio), atingida por um tiro durante operação da Polícia Militar na favela.
A estudante Alana Ezequiel acabara de deixar a irmã de dois anos na creche e ia para casa quando foi atingida na região lombar. Atendida no hospital do Andaraí, morreu às 8h55. A bala perfurou a região lombar e atingiu o pulmão e o fígado.
Não há dados oficiais sobre balas perdida nos últimos dois meses no Rio.
Em janeiro, de acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública), houve 31 ocorrências de bala perdida, sendo três com morte. Ou seja, a média havia sido de uma bala perdida por dia. No mesmo período de 2006, houve 22 casos de pessoas vitimadas por balas perdidas. Morreram dois baleados. O aumento de casos em janeiro foi de 40,9%. Em 2006 foram registradas 224 vítimas (19 fatais). O governo do Rio prometeu divulgar dados sobre balas perdidas a cada três meses.


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