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Universitária é mais uma vítima de bala perdida no Rio
Juliana Pereira da Silva, 23, foi atingida na virilha quando passava de carro pela avenida Brasil em frente a uma favela
A polícia afirma que conflito ocorreu entre traficantes da facção ADA (Amigo dos Amigos) e membros do CV (Comando Vermelho)
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A estudante de marketing
Juliana Pereira da Silva, 23,
morreu ontem após ser mais
uma vítima das balas perdidas
no Rio. A jovem foi atingida na
virilha, quando passava de carro pela avenida Brasil, na altura
de Realengo (zona oeste).
Ela estava em um Celta prateado, por volta das 7h, quando
foi baleada em frente à favela
do Fumacê, na mesma região.
No carro estavam ainda Daniel
Domingues Silva, 26, e Stefani
Serpa de Castro, 23, que sofreram ferimentos leves causados
por estilhaços de balas.
Os três baleados foram hospitalizados. Juliana foi atendida, mas não resistiu e morreu
às 9h30. Ela trabalhava para a
fabricante da bebida energética
Red Bull. A estudante será enterrada hoje.
O tiroteio de ontem levou pânico às pessoas que passavam
em carros e ônibus de manhã
pela avenida Brasil, principal
via de acesso da zona oeste ao
centro do Rio.
Segundo a polícia, o conflito
ocorreu entre traficantes ligados à facção criminosa ADA
(Amigo dos Amigos), que dominam as bocas-de-fumo no local,
e membros do CV (Comando
Vermelho), que estariam tentando tomar o controle dos
pontos-de-venda de drogas.
Rotina de tiros
Em março, ocorreu um dos
casos mais emblemáticos de vítimas das balas perdidas no Rio
este ano. Uma menina de 12
anos foi morta no morro dos
Macacos, em Vila Isabel (zona
norte do Rio), atingida por um
tiro durante operação da Polícia Militar na favela.
A estudante Alana Ezequiel
acabara de deixar a irmã de dois
anos na creche e ia para casa
quando foi atingida na região
lombar. Atendida no hospital
do Andaraí, morreu às 8h55. A
bala perfurou a região lombar e
atingiu o pulmão e o fígado.
Não há dados oficiais sobre
balas perdida nos últimos dois
meses no Rio.
Em janeiro, de acordo com o
ISP (Instituto de Segurança
Pública), houve 31 ocorrências
de bala perdida, sendo três com
morte. Ou seja, a média havia
sido de uma bala perdida por
dia. No mesmo período de
2006, houve 22 casos de pessoas vitimadas por balas perdidas. Morreram dois baleados. O
aumento de casos em janeiro
foi de 40,9%. Em 2006 foram
registradas 224 vítimas (19 fatais). O governo do Rio prometeu divulgar dados sobre balas
perdidas a cada três meses.
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