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TRANSPORTE
Rodoviárias regulares tiveram queda de 42% no movimento desde 1990; Bresser vai fechar por falta de passageiros
SP tem 52 terminais de ônibus clandestinos
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A expansão das atividades clandestinas fez cair 42% o movimento nas quatro rodoviárias da cidade de São Paulo. Em 2000, as empresas de ônibus intermunicipais
e interestaduais transportaram
13,5 milhões de passageiros a menos do que em 1990.
Segundo um estudo preliminar
da ANTP (Associação Nacional
dos Transportes Públicos), já
existem pelo menos 52 terminais
clandestinos na capital paulista.
Eles são usados por lotações e ônibus não-regulamentados que se
dirigem principalmente ao Nordeste do país e ao interior e litoral
do Estado de São Paulo.
"A invasão foi maior nos últimos dois anos, enquanto todo
mundo só se preocupava com os
perueiros municipais. Agora, ninguém consegue controlar", afirma Laurindo Junqueira, que
coordena a pesquisa da ANTP.
Os paulistanos poderão notar
um dos efeitos da crise do setor no
final de junho. As atividades do
terminal Bresser serão desativadas pelo governo estadual. As 13
empresas que transportam mais
de 1 milhão de pessoas por ano a
155 municípios mineiros passarão a operar na rodoviária do Tietê. "Já estava dando prejuízo", diz
José Nader, gerente de comercialização e novos negócios do Metrô, responsável pela concessão à
iniciativa privada das quatro rodoviárias de São Paulo.
Desde 1990, o movimento nos
terminais Tietê, Jabaquara e Bresser caiu 50%, 52% e 21%, respectivamente. Apenas Barra Funda,
reformada na segunda metade da
década, teve aumento de 20%.
Os terminais paulistanos estão
há mais de dez anos sob administração de um consórcio liderado
pela Socicam. O Metrô recebe um
percentual da arrecadação das
viagens, mas esses recursos representam menos de 1,5% da receita
da companhia. Até por isso ainda
não houve mobilização intensa
para reverter a situação.
"Ninguém quer atravessar a cidade para pegar um ônibus na rodoviária se já existe um mais barato e mais perto de casa", afirma
Dario Ferraz, presidente do Setpesp (Sindicato das Empresas de
Transporte de Passageiros do Estado de São Paulo).
Além dos ônibus, já existem
vans que buscam os passageiros
em qualquer lugar de São Paulo
para deixá-los no endereço que
escolherem no Nordeste do país, a
um custo 30% inferior ao de um
ônibus regular. Outro serviço diferenciado é oferecido nas proximidades do terminal Barra Funda, onde ônibus clandestinos fazem fila para transportar familiares de presos às penitenciárias do
interior do Estado.
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