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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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RIO

Um homem preso ontem à noite teria confessado participação no crime e teria sido reconhecido pela namorada do músico

Produtor Almir Chediak é assassinado

ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A PETRÓPOLIS

O produtor musical, compositor e professor de música Almir Chediak, 52, foi assassinado na noite de anteontem em Petrópolis (município a 60 km do Rio).
Idealizador da série de songbooks em homenagem a compositores brasileiros, produzida pela editora Lumiar, Chediak foi rendido por dois homens encapuzados, por volta das 19h, quando chegava com a namorada, Sanny da Costa Alves, 34, em sua casa de veraneio no bairro de Araras, segundo a polícia. Os criminosos já estariam dentro do imóvel.
Os criminosos amarraram as mãos do casal e obrigaram os dois a entrar no carro de Chediak. O produtor teria sido, então, obrigado a descer do carro na estrada do Rocio, a 7 km da casa. Ele foi morto no local com quatro tiros no rosto. Alves ficou em poder dos criminosos, mas foi solta a cerca de 20 km da casa, na BR-040.
O carro do produtor foi achado, incendiado, na manhã de ontem.
Alves afirmou que Chediak ficou muito nervoso durante o assalto. Segundo ela, um criminoso seguiu o carro de moto, enquanto o outro assumiu o volante do veículo. Alves disse não saber por que os criminosos não a mataram. De acordo com ela, um deles estava bastante nervoso, enquanto o outro aparentava calma.
Quando Chediak desceu do carro, Alves perguntou ao homem que ficara dentro do veículo o que estava acontecendo. A namorada afirmou que o criminoso disse só que o colega daria um tiro para o alto ""para assustar" o produtor.
Inicialmente, a polícia chegou a trabalhar com a hipótese de vingança contra Chediak. Na tarde de ontem, no entanto, o delegado titular da 106ª DP, Clay Catão, afirmou acreditar que a hipótese mais provável é a de que Chediak tenha reconhecido um dos criminosos e que, por isso, foi morto.
Essa suspeita, segundo o delegado, é reforçada pelo fato de a casa do produtor ter sido arrombada e de um aparelho de DVD e um televisor terem sido roubados.
Alves disse acreditar que Chediak não conseguiu reconhecer um dos assaltantes, já que ficou o tempo todo com o rosto voltado para o chão do carro. Em um momento, porém, um criminoso tirou o capuz que usava, segundo a namorada. A polícia tenta fazer um retrato falado a partir das descrições feitas por ela.
Já para o secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, o assassinato de Chediak teria sido motivado por vingança.
A polícia prendeu ontem à noite, em Petrópolis, Generino Pedro da Silva, 32, conhecido como Rei do Gado, que teria confessado participação no crime. Segundo a polícia, ele foi reconhecido pela namorada de Chediak como um dos assaltantes.
Silva disse à polícia que Roberto Carlos dos Prazeres, conhecido como Robertinho, que trabalhava na casa vizinha à de Chediak, foi o autor dos tiros que mataram o produtor porque teria sido reconhecido por ele.
O corpo deverá ser enterrado hoje, às 14h, no cemitério do Caju (zona norte do Rio). O velório acontece a partir das 9h.


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