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RIO
Um homem preso ontem à noite teria confessado participação no crime e teria sido reconhecido pela namorada do músico
Produtor Almir Chediak é assassinado
ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A PETRÓPOLIS
O produtor musical, compositor e professor de música Almir
Chediak, 52, foi assassinado na
noite de anteontem em Petrópolis
(município a 60 km do Rio).
Idealizador da série de songbooks em homenagem a compositores brasileiros, produzida pela editora Lumiar, Chediak foi rendido por dois homens encapuzados, por volta das 19h, quando
chegava com a namorada, Sanny
da Costa Alves, 34, em sua casa de
veraneio no bairro de Araras, segundo a polícia. Os criminosos já
estariam dentro do imóvel.
Os criminosos amarraram as
mãos do casal e obrigaram os dois
a entrar no carro de Chediak. O
produtor teria sido, então, obrigado a descer do carro na estrada do
Rocio, a 7 km da casa. Ele foi morto no local com quatro tiros no
rosto. Alves ficou em poder dos
criminosos, mas foi solta a cerca
de 20 km da casa, na BR-040.
O carro do produtor foi achado,
incendiado, na manhã de ontem.
Alves afirmou que Chediak ficou muito nervoso durante o assalto. Segundo ela, um criminoso
seguiu o carro de moto, enquanto
o outro assumiu o volante do veículo. Alves disse não saber por
que os criminosos não a mataram. De acordo com ela, um deles
estava bastante nervoso, enquanto o outro aparentava calma.
Quando Chediak desceu do carro, Alves perguntou ao homem
que ficara dentro do veículo o que
estava acontecendo. A namorada
afirmou que o criminoso disse só
que o colega daria um tiro para o
alto ""para assustar" o produtor.
Inicialmente, a polícia chegou a
trabalhar com a hipótese de vingança contra Chediak. Na tarde
de ontem, no entanto, o delegado
titular da 106ª DP, Clay Catão,
afirmou acreditar que a hipótese
mais provável é a de que Chediak
tenha reconhecido um dos criminosos e que, por isso, foi morto.
Essa suspeita, segundo o delegado, é reforçada pelo fato de a casa
do produtor ter sido arrombada e
de um aparelho de DVD e um televisor terem sido roubados.
Alves disse acreditar que Chediak não conseguiu reconhecer
um dos assaltantes, já que ficou o
tempo todo com o rosto voltado
para o chão do carro. Em um momento, porém, um criminoso tirou o capuz que usava, segundo a
namorada. A polícia tenta fazer
um retrato falado a partir das descrições feitas por ela.
Já para o secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, o assassinato de Chediak
teria sido motivado por vingança.
A polícia prendeu ontem à noite, em Petrópolis, Generino Pedro
da Silva, 32, conhecido como Rei
do Gado, que teria confessado
participação no crime. Segundo a
polícia, ele foi reconhecido pela
namorada de Chediak como um
dos assaltantes.
Silva disse à polícia que Roberto
Carlos dos Prazeres, conhecido
como Robertinho, que trabalhava
na casa vizinha à de Chediak, foi o
autor dos tiros que mataram o
produtor porque teria sido reconhecido por ele.
O corpo deverá ser enterrado
hoje, às 14h, no cemitério do Caju
(zona norte do Rio). O velório
acontece a partir das 9h.
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