São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2011

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CECILIA MIRANDA DE CARVALHO
(1913-2011)


Última irmã viva de Carmen Miranda

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O incentivo para que Cecilia Miranda de Carvalho tentasse a carreira artística partiu das irmãs e do marido. Dos seus cinco irmãos, quatro cantavam, e uma delas, Carmen Miranda, tornou-se mundialmente conhecida.
Cecilia teve curta carreira nos anos 30. Apareceu em revistas, cantou na rádio Sociedade, no Rio, e participou do coro em algumas gravações.
Mas quando ficou grávida, em 1935, os enjoos começaram a atrapalhá-la. Logo que teve a filha, Carminha, cujo nome é uma homenagem à irmã, ela decidiu parar.
Filha de um barbeiro e de uma lavadeira portugueses, Cecilia nasceu no Rio. Ao sofrer uma forte queda, ainda criança, ficou estrábica.
Quando a mãe montou uma pensão, foi copeira no negócio. Lá, conheceu um comerciante português chamado Abilio, por quem as irmãs -inclusive Carmen- tinham uma queda. Abilio se apaixonou por Cecilia, e eles se casaram em 1931. Em 1939, o marido morreu do coração.
Assim que soube do ocorrido, Carmen, dos EUA, mandou um recado: "A partir de agora, vocês são minha responsabilidade". Cecilia e a filha viveram nos EUA por um tempo, nos anos 40. Carmen pagou até o final os estudos de Carminha, hoje professora de inglês aposentada.
No Rio, Cecilia foi funcionária pública estadual e cuidou do acervo da irmã no Museu Carmen Miranda.
Era generosa, conta a filha. Se elogiavam uma pulseira que estava usando, era capaz de dá-la de presente.
Morreu no sábado, aos 97, de falência de órgãos e outras complicações. Além da filha, teve cinco netos e 11 bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br


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