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Tarifa alta evita superlotação
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo quer aumentar o
preço da tarifa do metrô para evitar a superlotação e afastar os
usuários dos ônibus que estariam
trocando de meio de transporte.
"O metrô cada vez mais barato
em relação ao ônibus tem gerado
problema de aumento da superlotação nas horas de pico", disse ontem o secretário estadual dos
Transportes Metropolitanos,
Claudio de Senna Frederico.
Além disso, ele apontou o reajuste dos salários e o "desgaste dos
custos em dois anos sem aumento". O último reajuste foi em 1º de
agosto de 1999. Segundo Frederico, o gasto com pessoal tem impacto de 72% no custo do Metrô, e
o reajuste de ontem cria um aumento de 5% nesse custo.
"Essas três coisas indicam que
certamente, em breve, teremos
aumento da tarifa", completou.
Governador
A reunião de ontem entre o presidente do Sindicato dos Metroviários, Onofre Gonçalves de Jesus, e o presidente do Metrô, Caetano Jannini Neto, foi um pedido
do governador Geraldo Alckmin.
Após a greve ter sido julgada
abusiva, anteontem pelo TRT
(Tribunal Regional do Trabalho),
o Metrô suspendeu as negociações e disse que cumpriria a decisão do TST (Tribunal Superior do
Trabalho), que fixou o aumento
em 7% e ainda reduziu o adicional
e as horas extras e congelou as
gratificações.
Com o impasse, a cidade enfrentou o segundo dia de caos, e a
companhia começou a preparar
uma lista com 80 a cem demissões, segundo o presidente Jannini Neto, que seriam anunciadas
ainda ontem à noite.
"Fomos chamados pelo Metrô e
viemos negociar", disse o presidente do sindicato. "A proposta
não é boa, mas evitou o impasse.
Não saímos derrotados", disse o
presidente do sindicato.
"O governador pediu que fosse
tentada ainda uma última rodada
de negociação, para normalizar o
transporte e evitar as demissões",
disse o secretário Frederico.
Ainda ficam pendentes a multa
de R$ 100 mil que o TRT sentenciou aos metroviários pela continuidade da greve e o desconto das
horas paradas. O sindicato disse
que, assim que for notificado, vai
recorrer da multa ao TST.
O presidente do Metrô disse que
é possível negociar as horas paradas com os funcionários.
(EM)
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