São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2001

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Tarifa alta evita superlotação

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo quer aumentar o preço da tarifa do metrô para evitar a superlotação e afastar os usuários dos ônibus que estariam trocando de meio de transporte.
"O metrô cada vez mais barato em relação ao ônibus tem gerado problema de aumento da superlotação nas horas de pico", disse ontem o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Claudio de Senna Frederico.
Além disso, ele apontou o reajuste dos salários e o "desgaste dos custos em dois anos sem aumento". O último reajuste foi em 1º de agosto de 1999. Segundo Frederico, o gasto com pessoal tem impacto de 72% no custo do Metrô, e o reajuste de ontem cria um aumento de 5% nesse custo.
"Essas três coisas indicam que certamente, em breve, teremos aumento da tarifa", completou.

Governador
A reunião de ontem entre o presidente do Sindicato dos Metroviários, Onofre Gonçalves de Jesus, e o presidente do Metrô, Caetano Jannini Neto, foi um pedido do governador Geraldo Alckmin.
Após a greve ter sido julgada abusiva, anteontem pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho), o Metrô suspendeu as negociações e disse que cumpriria a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que fixou o aumento em 7% e ainda reduziu o adicional e as horas extras e congelou as gratificações.
Com o impasse, a cidade enfrentou o segundo dia de caos, e a companhia começou a preparar uma lista com 80 a cem demissões, segundo o presidente Jannini Neto, que seriam anunciadas ainda ontem à noite.
"Fomos chamados pelo Metrô e viemos negociar", disse o presidente do sindicato. "A proposta não é boa, mas evitou o impasse. Não saímos derrotados", disse o presidente do sindicato.
"O governador pediu que fosse tentada ainda uma última rodada de negociação, para normalizar o transporte e evitar as demissões", disse o secretário Frederico.
Ainda ficam pendentes a multa de R$ 100 mil que o TRT sentenciou aos metroviários pela continuidade da greve e o desconto das horas paradas. O sindicato disse que, assim que for notificado, vai recorrer da multa ao TST.
O presidente do Metrô disse que é possível negociar as horas paradas com os funcionários. (EM)


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