São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Conselho limita altura de prédio no Ipiranga

O Conpresp aprovou projeto ontem que estabelece regras para novas construções no entorno do parque da Independência

A av. Nazaré, por exemplo, poderá ter edifícios de até 10 m de altura; objetivo é permitir a visualização dos bens tombados na região

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico de SP) aprovou ontem um projeto que limita a altura de prédios na área do parque da Independência, no Ipiranga (zona sul), que é tombado. Com a decisão, a av. Nazaré, por exemplo, só poderá ter edifícios com até 10 m de altura -o equivalente a uma casa ou a um prédio de três andares. O objetivo do projeto é proteger a paisagem -a visualização dos bens tombados na área- e evitar a descaracterização da região.
Segundo Walter Pires, diretor do Departamento do Patrimônio Histórico, todo o conjunto monumental e paisagístico do Ipiranga foi pensado para ser visto e destacado na cidade. "Essa importância urbanística não pode ser perdida", diz.
O zoneamento em vigor estabelece a altura máxima de 25 m na maior parte das ruas do perímetro analisado pelo conselho. Algumas ruas, porém, não têm limite para as construções.
Para o presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Eduardo Rubies, apesar de a iniciativa do conselho ser positiva, "ainda é muito pouco".
"É necessário fazer um inventário de todos os casarões do bairro para que não sejam demolidos", disse.
Já a presidente da Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga, Maria Gabriela Franceschini Vaz de Almeida, diz ser favorável à proteção dos bens históricos, mas afirma que a regulamentação "será a morte" da instituição, que atende cerca de 2.500 pessoas por mês.
Ela diz que a fundação sobrevive dos aluguéis de imóveis no bairro, inclusive na av. Nazaré, e que, com a aprovação do projeto, não terá como ampliar os prédios para aumentar a receita. O advogado da fundação, Hélio Carreiro de Mello, analisa a decisão do Conpresp "para eventuais futuras providências", como um recurso.
Anteontem, em reunião na distrital do Ipiranga da Associação Comercial de São Paulo, alguns participantes também questionaram o fato de os donos de terrenos não terem recebido compensação por perder o potencial de construção que tinham na área.
O Secovi-SP (sindicato da habitação) é contra a definição de regras urbanísticas pelo Conpresp. Diz que as mudanças devem passar por aprovação da Câmara Municipal, como ocorre com a Lei de Zoneamento.

Análise de projetos
Com a aprovação da regras para as ruas próximas ao parque, outra mudança é que a Secretaria da Habitação e a Subprefeitura do Ipiranga poderão analisar propostas de novas construções na área sem a necessidade de o projeto ser apresentado também ao Conpresp. "Isso vai agilizar os processos", afirma Pires.


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