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Conselho limita altura de prédio no Ipiranga
O Conpresp aprovou projeto ontem que estabelece regras para novas construções no entorno do parque da Independência
A av. Nazaré, por exemplo, poderá ter edifícios de até 10 m de altura; objetivo é permitir a visualização dos bens tombados na região
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico
de SP) aprovou ontem um projeto que limita a altura de prédios na área do parque da Independência, no Ipiranga (zona
sul), que é tombado. Com a decisão, a av. Nazaré, por exemplo, só poderá ter edifícios com
até 10 m de altura -o equivalente a uma casa ou a um prédio
de três andares. O objetivo do
projeto é proteger a paisagem
-a visualização dos bens tombados na área- e evitar a descaracterização da região.
Segundo Walter Pires, diretor do Departamento do Patrimônio Histórico, todo o conjunto monumental e paisagístico do Ipiranga foi pensado para
ser visto e destacado na cidade.
"Essa importância urbanística
não pode ser perdida", diz.
O zoneamento em vigor estabelece a altura máxima de 25 m
na maior parte das ruas do perímetro analisado pelo conselho.
Algumas ruas, porém, não têm
limite para as construções.
Para o presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge
Eduardo Rubies, apesar de a
iniciativa do conselho ser positiva, "ainda é muito pouco".
"É necessário fazer um inventário de todos os casarões
do bairro para que não sejam
demolidos", disse.
Já a presidente da Fundação
Nossa Senhora Auxiliadora do
Ipiranga, Maria Gabriela Franceschini Vaz de Almeida, diz
ser favorável à proteção dos
bens históricos, mas afirma que
a regulamentação "será a morte" da instituição, que atende
cerca de 2.500 pessoas por mês.
Ela diz que a fundação sobrevive dos aluguéis de imóveis no
bairro, inclusive na av. Nazaré,
e que, com a aprovação do projeto, não terá como ampliar os
prédios para aumentar a receita. O advogado da fundação,
Hélio Carreiro de Mello, analisa a decisão do Conpresp "para
eventuais futuras providências", como um recurso.
Anteontem, em reunião na
distrital do Ipiranga da Associação Comercial de São Paulo,
alguns participantes também
questionaram o fato de os donos de terrenos não terem recebido compensação por perder o potencial de construção
que tinham na área.
O Secovi-SP (sindicato da habitação) é contra a definição de
regras urbanísticas pelo Conpresp. Diz que as mudanças devem passar por aprovação da
Câmara Municipal, como ocorre com a Lei de Zoneamento.
Análise de projetos
Com a aprovação da regras
para as ruas próximas ao parque, outra mudança é que a Secretaria da Habitação e a Subprefeitura do Ipiranga poderão
analisar propostas de novas
construções na área sem a necessidade de o projeto ser apresentado também ao Conpresp.
"Isso vai agilizar os processos",
afirma Pires.
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