Preços começam a vigorar em 1º de julho, às vésperas das férias escolares; tarifas subirão até 26,31%

A maior tarifa continua sendo a da praça do sistema Anchieta-Imigrantes, que hoje custa R$ 14,60 e vai passar para R$ 15,40

JORGE SOUFEN JR
DA FOLHA RIBEIRÃO

A tarifa de pedágio nas rodovias administradas por concessionárias em São Paulo ficará mais cara a partir de domingo, 1º de julho, às vésperas das férias escolares. O preço vai subir até 26,31%, anunciou ontem a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo).
A maior tarifa continua sendo a da praça de Piratininga-Riacho Grande, na Anchieta-Imigrantes, que custa R$ 14,60 e passará para R$ 15,40 (5,48% a mais). O aumento médio foi de 4,96% (veja quadro).
O pedágio com maior índice de reajuste é o da praça de São Roque, na rodovia Raposo Tavares (SP-270), onde a tarifa passa de R$ 3,80 para R$ 4,80 (26,31%) devido à reclassificação da via -duplicada em um trecho de 12,3 quilômetros.
O reajuste é feito anualmente com base no IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), conforme prevêem os contratos com as 12 concessionárias. Neste ano, o aumento correspondeu ao período acumulado de junho de 2006 a maio de 2007. O índice ficou em 4,39%.
O percentual é aplicado sobre uma "tarifa quilométrica", que leva em conta a extensão e o tipo de pista (simples, dupla ou de sistemas). Além disso, os valores são arredondados para facilitar o troco. Por isso, cada um dos 77 pedágios do Estado pode ter variação maior ou menor que os 4,39% do IGP-M.
No ano passado, a tarifa não subiu porque o IGP-M do período teve deflação de 0,33%.

Reclassificação
Além do pedágio de São Roque, outras duas praças sofreram reclassificação. Na rodovia Ermênio de Oliveira Penteado (SP-074), em Indaiatuba, houve incorporação de 7,9 quilômetros devido à construção do contorno de Itu.
Na Anhangüera (SP-330), uma nova praça será inaugurada no domingo, em Santa Rita do Passa Quatro, com tarifa de R$ 4,20. O pedágio da praça de São Simão será dividido com o de Santa Rita -passa também para R$ 4,20. Sem o compartilhamento, o pedágio em São Simão custaria R$ 8,40.
Especialista em regulação de infra-estrutura, o professor Francisco Anuatti Neto, da USP de Ribeirão Preto, disse que a localização das praças de pedágio ainda preocupa. Para ele, a construção de mais praças deve corrigir o problema.
"É necessidade para o usuário ter mais gente pagando porque, assim, ele pode pedir para pagar menos", afirmou.
O assessor da presidência do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), Adauto Bentivegna Filho, disse que o reajuste já era previsto, mas o avalia como prejudicial.
"Temos grandes dificuldades de repassar esse custo ao preço dos fretes", afirmou.
Cinco praças não terão reajuste devido ao arredondamento. Elas ficam em São João da Boa Vista, na SP-344 (R$ 2,60), Sorocaba, na SP-075 (R$ 3,60), Itupeva, na SP-300 (R$ 4,10), Boituva, na SP-280 (R$ 5,40), no bloqueio da SP-160, em Diadema (R$ 1), e na praça Batistini, na Imigrantes (R$ 3,40).