São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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SEGURANÇA

Grupo ajudou 5 detentos, um deles ligado à facção, a deixar presídio; em Vila Branca, Alckmin anunciou desativação de cadeia de Vila Branca

Polícia apura ação do PCC em fuga de presos

FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma quadrilha armada com fuzis ajudou na fuga de cinco presos da Penitenciária 2 do complexo prisional Campinas-Hortolândia, na madrugada de ontem. A ação é atribuída pela Polícia Militar à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo a PM, eles conseguiram escapar sob a cobertura dos supostos integrantes da facção, que estavam do lado de fora da penitenciária, em uma Blazer preta. Foi o primeiro resgate realizado no complexo neste ano.
Os presos fugiram após serrarem grades de celas do pavilhão três, pularem um alambrado e cortarem outro com alicate.
Das guaritas, os policiais chegaram a atirar contra os presos para coibir a fuga. Mas o grupo que estava na Blazer também atirou. Em meio à troca de tiros, só um dos seis presos não conseguiu fugir.
A Folha apurou, com funcionários do sistema prisional, que pelo menos um dos fugitivos, Roberto Ventura, 37, era conhecido como um dos líderes do PCC na prisão.
Segundo a Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Central do Estado, serão abertas duas sindicâncias internas para apurar o caso. Uma delas vai investigar a ligação dos fugitivos com o PCC. A outra irá apurar o possível envolvimento de funcionários da P-2 com a ação.
A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária informou que os presos que foram resgatados ontem cumpriam pena por crimes de roubo, homicídio e receptação.

Desativação
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem a desativação, em dez dias, da cadeia de Vila Branca, a mais antiga e problemática unidade prisional de Ribeirão Preto (314 km de São Paulo). O prazo começou a ser contado desde ontem.
A determinação do governador ocorreu após uma série de denúncias sobre funcionários da unidade que concediam privilégios aos presos -como a entrada de barris de chope, entrega de pizza e drogas e, ainda, a permissão para saída de detentos para praticar crimes como homicídio.
Alckmin disse que os 258 detentos (números de ontem) de Vila Branca serão transferidos para os CDPs (Centros de Detenção Provisória) -os que ainda não foram condenados- e para penitenciárias -os já condenados- da região.
A unidade de Vila Branca será transformada em uma cadeia feminina para 210 detentas.



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