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SAÚDE
No Hospital São Paulo, ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), auxiliares fizeram triagem de pacientes
Grevista barra doente em hospital federal
CLAUDIA JORDÃO
DO "AGORA"
Em greve há uma semana, auxiliares de enfermagem do pronto-socorro do Hospital São Paulo fecharam as portas da unidade ontem durante todo o dia e só deixaram entrar os pacientes que eles
avaliavam como sendo casos de
emergência.
Outros pacientes, incluindo
crianças e idosos, foram aconselhados a procurar outros hospitais na região. No pronto-socorro,
os médicos trabalhavam normalmente. O hospital é ligado à Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo), em São Paulo.
No período da manhã, Claudio
Ribeiro, auxiliar de enfermagem e
um dos coordenadores do sindicato, dizia que só entrariam pacientes sob "risco de morte iminente". "Só se estiver baleado ou
esfaqueado", dizia aos pacientes.
Os auxiliares de enfermagem do
pronto-socorro do hospital resolveram aderir, no último dia 19, à
greve dos funcionários das universidades federais, que já acontece desde o dia 26 de julho.
A categoria reivindica o envio
ao Congresso de um projeto de lei
sobre um plano de carreira. Segundo o Sintunifesp (Sindicato
dos Trabalhadores da Universidade Federal de São Paulo), que
representa cerca de 3.500 funcionários do Hospital São Paulo e da
Unifesp, a greve já atinge 90% dos
auxiliares de enfermagem do
pronto-socorro.
A direção do hospital acredita
que a adesão esteja em 50%. Por
dia, passam pelo pronto-socorro
cerca de mil pessoas.
Além dos auxiliares de enfermagem, fazem parte do sindicato
e estão em greve nutricionistas e
funcionários de apoio, como os
responsáveis pela limpeza e manutenção do hospital.
O ambulatório está funcionando normalmente -todas as consultas estão sendo realizadas. Mas
não é possível realizar novos
agendamentos. "Vamos prejudicar o atendimento apenas no
pronto-socorro porque é atingindo a população que conseguimos
visibilidade", disse Ribeiro.
Direção do hospital
Por meio de sua assessoria, a direção do hospital disse que os auxiliares de enfermagem não têm o
conhecimento necessário para
avaliar com segurança a urgência
nos casos dos pacientes.
Afirmou também que a triagem
dos pacientes deve ser realizada
por médicos dentro do hospital e
que a dispensa só pode ocorrer
após esse exame.
"Ficou acordado que idosos,
crianças e pacientes em emergência seriam atendidos", disse José
Roberto Ferraro, diretor da superintendência do hospital.
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