São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/INVESTIMENTOS

Venda de ações da Infraero demora 18 meses

Esse é o tempo previsto pelo governo federal para concluir a operação de ofertar ao mercado as suas ações da Infraero

Congresso precisa autorizar a abertura de capital da estatal; o governo conta com esse dinheiro para investir nos aeroportos

SHEILA D'AMORIM
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo calcula que o processo de venda de parte das ações da Infraero que hoje pertence à União demorará um ano e meio para ser concluído.
Segundo o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) esse é o prazo necessário para conseguir a autorização do Congresso para abrir o capital da empresa, transformá-la numa sociedade anônima e fazer a oferta das ações na Bolsa.
Cotado para assumir a estatal, o ex-presidente do Banco do Brasil Rossano Maranhão, que atualmente trabalha no banco Safra, foi apontado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como tendo o perfil ideal para comandar essa operação.
Segundo a Folha apurou, apesar de ter se colocado à disposição do governo, Maranhão disse, em conversa com pessoas próximas, que sua especialidade é "gerir bancos" e que, agora, "as pessoas querem viajar sem esse caos". Por isso, avalia, o governo precisa de alguém que dê uma resposta rápida do ponto de vista operacional e teria argumentado que seu nome seria a última opção.
O governo conta com o dinheiro que será obtido com a venda das ações para reforçar os investimentos nos aeroportos. Bernardo diz que ainda não está definido quantas ações serão vendidas. Porém, estudos na área econômica consideram que até 20% do total das ações poderiam ser negociados num primeiro momento.
Para Bernardo, a única decisão até agora é que a empresa continuará sob o controle do governo federal. "Ninguém está discutindo privatização. Está claro que a Infraero continuará a ser uma empresa pública."
Enquanto não pode contar com os recursos da venda das ações, o governo trabalhará com os R$ 3 bilhões já previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) -que incluem verba do Orçamento da União e da Infraero. Outros R$ 2 bilhões de obras do PAC que estão paradas deverão ser remanejados para o setor.
Além disso, Bernardo espera contar também com investimentos privados, frutos de uma parceria que será fechada nos próximos seis meses. A idéia do ministro, que começou a ser negociada entre ele e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com as companhias aéreas na última quarta-feira, é deixar, por exemplo, construção de estações e terminais por conta do setor privado.


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