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IMPRENSA
Amigos e familiares de Sandra pedem, durante a cerimônia, a condenação de Pimenta Neves, seu ex-namorado
Missa de jornalista reúne 150 pessoas
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 150 pessoas foram à
missa de Sétimo Dia da morte da
jornalista Sandra Gomide, 32,
morta no domingo passado pelo
ex-namorado e também jornalista Antônio Pimenta Neves, 63.
Durante a missa, realizada na
igreja da Cruz Torta (bairro de Pinheiros), foi lido texto em nome
da família e dos amigos pedindo a
condenação de Pimenta Neves.
O texto foi lido por Érica Benuti,
amiga da jornalista. "A morte de
Sandra é para nós uma verdade
muito dolorida. Outras verdades,
porém, têm de ser incluídas no
que vem sendo o desenrolar dos
acontecimentos. A primeira delas
diz respeito a uma coligação de
forças para que o crime permaneça impune", afirmou.
No final da leitura, uma referência às afirmações de Pimenta Neves de que cometeu o crime por
ter sido traído profissional e pessoalmente: "Agora (Sandra) começa a passar por um linchamento moral. (...) A verdade de Sandra
foi com ela. A que fica, cabe a cada
um de nós ajudar a encontrar".
Momentos antes do encerramento da missa, a jornalista Laura Capriglione anunciou aos presentes que será feita uma campanha financeira para ajudar a família de Sandra a pagar os honorários do advogado.
Há a intenção de criar a "Associação Sandra Gomide" para esse
fim. A criação da associação seria
anunciada ontem após a missa,
mas, segundo Érica Benuti, os
amigos não conseguiram se reunir para organizar a associação.
O diretor-responsável do jornal
"O Estado de S. Paulo", Ruy Mesquita, disse ao advogado Luiz Flávio Gomes, contratado pela família de Sandra, que o procurasse
para tratar dos honorários.
"Disse ao advogado que vá conversar comigo. Não sou dono da
empresa sozinho. Preciso conversar com os outros diretores. Se os
outros concordarem, a família
não precisa se preocupar", afirmou após a solenidade. Mesquita
disse que foi à missa buscar conforto também para ele. "Estou tão
de luto quanto a família."
"Foi uma tragédia inédita para
todo mundo, em que uma pessoa
muda de personalidade da noite
para o dia. O Pimenta que eu conheci, como ele mesmo disse na
carta que escreveu às filhas, morreu na hora em que se tornou um
assassino", afirmou.
Ele disse que esteve pessoalmente com Sandra uma vez.
"Sem saber da relação dela com
Pimenta, critiquei uma matéria
assinada por ela, e ele disse: "Fale
diretamente com ela". Ela, então,
foi à minha sala."
Além de Ruy Mesquita, estiveram na missa Rodrigo Mesquita,
diretor da Agência Estado, e Fernão Mesquita, diretor-responsável do "Jornal da Tarde".
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