São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002

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AMBIENTE

Prefeitura não sabe quantas unidades há na cidade; empresa contratada irá instalar 142 mil até março de 2003

Lixeiras de SP serão trocadas "no escuro"

DA REPORTAGEM LOCAL

Sem ter nenhuma idéia de quantas lixeiras estão hoje instaladas na cidade de São Paulo ou de quantas delas ainda estão em condições de serem utilizadas, a prefeitura começa a colocar, neste mês, 142 mil novas unidades e espera, gradativamente, substituir todas as já existentes.
O custo da operação, que inclui também higienização, manutenção e reposição das novas lixeiras pelos próximos cinco anos, é de cerca de R$ 26 milhões.
Ao término do processo, previsto para março de 2003, São Paulo terá uma média de 94 lixeiras por quilômetro quadrado da cidade -relação bem superior à do Rio de Janeiro, que tem hoje 50 equipamentos por quilômetro quadrado, e à de Curitiba (PR), onde há nove lixeiras na mesma área.
Para traçar as diretrizes de instalação dos equipamentos -que terão capacidade para comportar 50 litros de lixo cada um e começam a ser colocados no centro da cidade e nos pontos de ônibus-, o Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) partiu do zero. "Seguimos só dois critérios: colocar as lixeiras nos 5.000 quilômetros de vias atendidas pela varrição e buscar uma compensação entre quantidade e preço", afirma Gilson Lameira de Lima, diretor do órgão municipal.
Ele diz que os parâmetros internacionais para distância máxima entre as lixeiras variam entre 25 metros e 50 metros. "Mas, como essas estimativas são muito genéricas, nós não as seguimos literalmente. No centro, por exemplo, onde há um movimento maior de pessoas, o intervalo pode ser até de dez metros."
Segundo Lima, a falta de informação sobre a quantidade e o estado das lixeiras já implantadas deve-se ao fato de muitas delas terem sido doadas ou compradas de forma espaçada e de nunca ter sido feita uma manutenção.
No decorrer do cronograma de instalação, serão retirados os equipamentos defeituosos ou que estejam nos mesmo lugares ou muito próximos aos novos. "Se uma lixeira estiver em bom estado, sem atrapalhar a colocação das novas, ela poderá ficar lá enquanto durar sua vida útil."
Na estimativa adotada pelo Limpurb na licitação, vencida pela empresa Ecopav Construção e Pavimentação, 15 de cada 100 equipamentos são destruídos por ano. Todos eles deverão ser repostos pela contratada em até 48 horas a partir da notificação do órgão municipal.
Para tentar inibir o vandalismo, a prefeitura pretende fazer uma campanha informativa. Cada lixeira terá impresso o telefone do Limpurb, para que a população possa denunciar eventuais irregularidades. (MARIANA VIVEIROS)


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