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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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SEGURANÇA

Apreensão de 2 t da droga foi feita pela Polícia Federal na via Dutra, após alerta do Ministério das Comunicações

Caminhão dos Correios carregava maconha

Gustavo Azeredo/Agência O Globo
Caminhão dos Correios que transportava 2 toneladas de maconha


DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal apreendeu na madrugada de ontem 2 t de maconha dentro de um caminhão da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A apreensão aconteceu no km 239 da rodovia Pres. Dutra, em Piraí (80 km do Rio).
Funcionário dos Correios, o motorista Daniel Toujeiro Esteves, 27, foi preso em flagrante. O caminhão foi interceptado depois de derrapar em uma das pistas e subir em um barranco.
Segundo o diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda, o caminhão estava sendo seguido por agentes. "Estava sendo monitorada a chegada do caminhão suspeito. No trajeto ocorreu um acidente que, de certo modo, abortou um trabalho mais profundo."
Ainda segundo ele, foram apreendidos 1.375 tijolos de maconha prensada. Como cada tijolo tem mais de um quilo, o delegado estima em cerca de duas toneladas o total de droga apreendida. Se fosse toda vendida, ao preço de US$ 20 o quilo, a carga poderia render aos traficantes aproximadamente US$ 40 mil.
Além da droga, foram apreendidas cinco armas: duas escopetas e três pistolas, além de munição, inclusive para fuzil. O diretor da PF disse que o fato de o caminhão transportar munição para fuzil indica que se tratava "de uma quadrilha de peso".
A apreensão de ontem foi a segunda maior feita no ano pela PF. A maior ocorreu em 13 de março, quando foi interceptada uma carga de 7 t de maconha na Dutra.
Segundo o delegado da PF Agildo Soares, a droga encontrada ontem era procedente da cidade de Pedro Juan Caballero (Paraguai). De acordo com ele, a maconha abasteceria o morro do Turano (zona norte do Rio) e favelas de Niterói, controladas pela facção criminosa Comando Vermelho.
O delegado Soares informou que Esteves pertence a uma quadrilha de traficantes da qual fariam parte mais dois funcionários dos Correios, que ainda não foram identificados. O delegado disse que, com ajuda da empresa estatal, estava investigando o grupo havia cerca de quatro meses.
De acordo com Soares, o motorista confessou ter retirado o caminhão sem a autorização dos Correios e que, pelo transporte da droga, receberia R$ 10 mil de um homem identificado como Pablo.
No depoimento, Esteves afirmou ainda que recebeu a droga na cidade de Ponta-Porã (MS), que faz fronteira com o Paraguai.

Alerta
O governo já sabia, desde 10 de julho, que caminhões dos Correios estavam sendo desviados para "uso estranho ao serviço", segundo definiu o ministro Miro Teixeira (Comunicações).
O uso indevido dos caminhões foi notado por meio da verificação da quilometragem. Os veículos eram furtados e apareciam, dias depois, com um aumento muito grande na quilometragem rodada. O ministro não quis revelar quem fez a denúncia.
"Não tínhamos uma prova de que era para tráfico de drogas. A suposição é que era, e por isso mobilizamos o Ministério da Justiça e a Polícia Federal", disse.


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