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SEGURANÇA
Funcionário apontado pelo Denarc como suspeito foi condenado por desvio de notas verdadeiras, não falsas
Promotoria investiga sumiço de dólares
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-policial civil Francisco
Sérgio Louzada Pacheco, apontado pelo Departamento de Narcóticos (Denarc) como o homem
que desviou mais de US$ 400 mil
em notas falsas da unidade antes
de 1993, foi, na verdade, condenado em 1995 pelo desaparecimento
de US$ 32 mil verdadeiros.
A constatação foi feita ontem
pelo Ministério Público de São
Paulo, que apura eventual ato de
improbidade e enriquecimento
ilícito no sumiço de US$ 582 mil
em notas faltas que a Justiça Estadual "emprestou" à Polícia Civil,
em 1992, para ajudar em investigações de tráfico de drogas.
Pacheco, apesar de condenado,
continua foragido. "Se a polícia
agora o aponta como responsável
pelo sumiço dos dólares falsos,
por que não abriu inquérito antes
contra ele?", diz o promotor da
Cidadania Saad Mazloum, 41.
Quando Pacheco era responsável pela guarda do dinheiro, houve registro de duas retiradas de
US$ 200 mil. Uma auditoria interna do Denarc sobre o caso não localizou recibos de devolução.
A história dos dólares falsos começa em 1987, com a apreensão
de US$ 1,850 milhão em notas falsas no aeroporto de Guarulhos
(Grande São Paulo).
Cinco anos depois, o Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), órgão do Judiciário estadual, liberou o dinheiro para uso
em operações da Polícia Civil. Um
levantamento recente do Denarc
contatou que US$ 422 mil falsos
desapareceram dos cofres da unidade, outros US$ 90 mil foram
roubados de policiais em ações e
não se sabe onde estão US$ 70 mil.
Do restante das notas, o Dipo
mandou incinerar US$ 601 mil no
ano passado e, ontem, a Justiça
Federal recebeu do Denarc cerca
de US$ 664 mil que a unidade
conseguiu reunir.
A utilização dos dólares foi suspensa no ano passado pela nova
juíza-corregedora do Dipo, Ivana
David Boriero. Ela considerou irregular a Justiça Estadual ter autorizado o emprego dos dólares,
que faziam parte de um processo
da Justiça Federal.
A Promotoria irá requisitar cópia da apuração interna do Denarc para tentar identificar os delegados responsáveis pela guarda
do dinheiro. Em outra frente, Mazloum disse que irá analisar as circunstâncias em que dólares foram
roubados de policiais. Em 1999, o
Denarc perdeu US$ 145 mil falsos
em Ribeirão Preto (314 km de SP),
levados por supostos traficantes.
Parte do dinheiro foi recuperada.
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