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PREGAÇÃO SUSPEITA
Religioso, que interveio no motim de prisão em maio, teria bens incompatíveis com atividade em igreja
Polícia investiga suposta ligação de pastor com tráfico
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Igreja Assembléia de Deus dos Últimos Dias,
pastor evangélico Marcos Pereira
da Silva, é investigado pela Draco
(Delegacia de Repressão às Ações
Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais da Polícia Civil do
Rio) por suposta lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
Segundo policiais da Draco, o
pastor teria uma reserva de minas
de esmeralda na Bahia e outros
bens não-revelados. O patrimônio seria incompatível com o que
arrecada em sua igreja. Para os investigadores, isso pode ser indício
de envolvimento com o tráfico.
Silva foi o pastor chamado pelo
secretário de Segurança Pública,
Anthony Garotinho, para negociar com detentos rebelados da
Casa de Custódia de Benfica (zona norte do Rio), no final de maio.
A suspeita dos policiais da Draco
é reforçada pelo fato de o traficante Alberico de Azevedo Medeiros,
o Derico, apontado como o chefe
do tráfico no complexo de favelas
de Acari (zona norte), ter sido visto várias vezes no culto do pastor
na comunidade. Derico foi preso
há duas semanas em Maringá
(PR), em um apartamento pertencente a um pastor da igreja.
Os policiais investigam a ligação
de Silva com a suposta ONG Infante, em Acari (zona norte). Segundo investigações, contas de telefones e recibos de viagens supostamente de traficantes estariam em nome da entidade.
Anteontem, policiais da DRE
(Delegacia de Repressão a Entorpecentes) fizeram uma vistoria
em uma fazenda de propriedade
de Silva em Nova Iguaçu (Baixada
Fluminense). No local, foram encontrados três cavalos que pertenceriam a Derico, além de três
homens foragidos da Justiça.
Segundo o titular da DRE, delegado Anderson D'Azevedo, a
ação fez parte de um inquérito
que apura negócios de Derico. No
mesmo local, os policiais apreenderam vídeos de cultos do pastor
em favelas e presídios.
O material está sendo apreciado
por policiais que pretendem descobrir se criminosos participaram
dos cultos, entre eles Róbson André da Silva, o Robinho Pinga,
chefe da facção criminosa TCP
(Terceiro Comando Puro), e outro conhecido como Negro Tula.
Robinho Pinga teria sido convertido por Silva.
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