São Paulo, quinta, 27 de agosto de 1998

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CONSUMO
Pesquisa do Procon mostra que comodidade e segurança estão em primeiro lugar
Consumidor abre mão da privacidade

KÊNYA ZANATTA
da Reportagem Local

O consumidor abre mão da privacidade em favor da segurança, da comodidade ou das facilidades da vida moderna. Esta é a conclusão de um levantamento realizado pelo Procon de São Paulo.
O resultado da pesquisa, feita com 324 consumidores das classes sócio-econômicas A, B e C, foi divulgado ontem no 14º Encontro de Defesa do Consumidor.
Os entrevistados responderam a 11 perguntas sobre como se sentiriam em diversas situações do cotidiano (veja quadro ao lado).
"O objetivo é verificar como o consumidor lida com a questão da privacidade na prática e, ao mesmo tempo, chamar atenção para o assunto", afirma Vera Marta Junqueira, diretora de Estudos e Pesquisas do Procon.
Segundo ela, o consumidor muitas vezes percebe que a sua privacidade está sendo invadida, mas opta pela facilidade de acesso ao consumo.
Quando questionados sobre o recebimento de publicidade por meio de mala direta, por exemplo, 64,4% dos entrevistados consideraram que se trata de uma técnica de venda aceitável. Destes, 38% acham que a mala direta facilita a vida do consumidor.
Vera também aponta que os consumidores começam a se preocupar com o destino dos dados que fornecem, como o número de telefone. Para 84,3% dos entrevistados, a venda de produtos não solicitados por telefone é uma interferência na privacidade.
A maioria dos consumidores (71,7%) considera que os novos meios de comunicação, como fax, pager e Internet, não são invasores de privacidade. Quando questionados sobre outras formas de interferência, citaram pressão para a venda, pesquisas, recebimento de produtos não solicitados e publicidades abusivas, entre outras .
Para Josué Rios, coordenador jurídico do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), a maioria das pessoas não tem consciência do seu direito à privacidade.
"O Código de Defesa do Consumidor, como a Constituição, se preocupa em resguardar esse direito, e o consumidor poderia recorrer a ele em várias situações".



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