São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2007

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Kassab prioriza corredor menos polêmico

Prefeitura vai construir pistas de ônibus na Berrini e na Celso Garcia e deixar em 2º plano as que enfrentam resistência de moradores

Gestão diz que não há "qualquer definição" sobre a implantação das pistas nas avenidas Brás Leme e Sumaré/Brasil/Indianópolis

DA REPORTAGEM LOCAL

A gestão Gilberto Kassab (DEM) decidiu priorizar a construção dos corredores de ônibus Berrini, na zona sul, e São Miguel/Celso Garcia, na zona leste, e deixar em segundo plano outros que viraram alvo de resistência de moradores desde que foram lançados.
A Prefeitura de São Paulo disponibilizou ontem na internet (www.sptrans.com.br) termos de referência com detalhes para implantar essas duas novas pistas exclusivas de coletivos, de 3 km e 25 km, respectivamente. Eles serão discutidos em audiência pública no mês que vem, junto com uma nova etapa do Expresso Tiradentes (ex-Fura-Fila), para que possam sair do papel em 2008.
Já a proposta de construir outros três corredores que atravessam bairros nobres da capital paulista, conforme foi divulgado há um mês pelo secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, foi deixada temporariamente de canto. A tendência, segundo técnicos municipais, é que eles não sejam adotados na atual gestão.
Entre essas pistas que não são mais prioritárias estão a da Brás Leme, na zona norte, e a das avenidas Sumaré/Brasil/ Indianópolis, na zona oeste. Ambas viraram motivo de críticas e protestos de moradores vizinhos nas últimas semanas.
A gestão Kassab diz que eles "estão em fase de discussão e estudos de viabilidade, não havendo qualquer definição em relação à sua implantação".
O terceiro corredor deixado em segundo plano envolve a avenidas Corifeu de Azevedo Marques, Jaguaré e Brigadeiro Faria Lima.
O secretário Moraes foi procurado no começo da tarde de ontem, mas não deu entrevista.

Desapropriações
O corredor das avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini e Chucri Zaidan ligará a região do MorumbiShopping até a rua Gomes de Carvalho, na Vila Olímpia, onde está prevista a implantação de um terminal de ônibus. A demanda estimada é de 150 mil passageiros/dia.
O termo de referência divulgado ontem não cita a possibilidade de serem feitas desapropriações no entorno, algo que está programado no outro corredor prioritário, que passa pelas avenidas Marechal Tito, São Miguel, Celso Garcia e Rangel Pestana e rua do Gasômetro.
A demanda estimada dessa faixa exclusiva da zona leste em direção ao centro paulistano é de 30 mil usuários nas horas de pico. Estão previstas intervenções viárias como obras de alargamento na Celso Garcia.
O transporte coletivo em São Paulo teve rejeição de 51% dos moradores em pesquisa Datafolha realizada no mês passado, pior patamar desde 2000.
O investimento em corredores de ônibus foi uma das bandeiras políticas da gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
Esse tipo de obra costuma ter a aprovação de especialistas devido à prioridade ao transporte coletivo. Mas pode haver resistência de motoristas por causa da redução de espaço dos carros, além de ser uma intervenção de interesse direto das viações. (ALENCAR IZIDORO)


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