DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, informou ontem à Folha, por meio de nota oficial, que a pasta "não fornece dados detalhados sobre o número de internos de cada presídio por razões de segurança".
Ferreira Pinto afirmou também "nunca ter negado que os presídios estão superlotados face à crescente demanda, com interdições judiciais de cadeias públicas do interior e desativações de distritos policiais da capital, bem como o aumento de prisões efetuadas pelos órgãos da segurança pública".
Questionado por e-mail, Ferreira Pinto não respondeu, por exemplo, por que o CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de SP) -apontado como a prisão mais rígida do Estado e onde ficam presos em regime de castigo e ligados a facções criminosas- não tem sua utilização completa. Atualmente, o CRP, com 160 vagas, abriga apenas 48 detentos.
Ainda segundo o secretário, "as reformas dos antigos cadeiões de Pinheiros 3 e 4 e o término das construções dos CDPs de Serra Azul [337 km de SP] e Caraguatatuba [173 km de SP] nos próximos meses permitirão uma diminuição da população carcerária nos Centros de Detenção Provisória".
Assim como faz desde junho de 2006, quando assumiu a SAP, Ferreira Pinto não quis conceder entrevista à Folha sobre o sistema prisional.
O governador José Serra (PSDB) também foi questionado, por meio de mensagem e telefonemas para sua assessoria de comunicação, mas não se manifestou sobre quais ações o Estado deverá adotar para diminuir a superlotação. (RP e AC)


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