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Detento é suspeito de matar os 2 irmãos
Ademir Oliveira do Rosário, 36, já cumpre pena em uma unidade prisional psiquiátrica que prevê saída aos finais de semana
Ele foi apontado pela polícia
como o autor das mortes na
serra da Cantareira;
suspeito foi preso ontem em
um hospital de custódia
GILMAR PENTEADO
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia apontou o detento
Ademir Oliveira do Rosário, 36,
como o autor dos assassinatos
dos irmãos Josenildo José Ferreira de Oliveira, 13, e Francisco Ferreira de Oliveira Neto, 14,
ocorridos na serra da Cantareira, zona norte de São Paulo. Ele
já cumpre pena em uma unidade prisional de tratamento psiquiátrico que prevê saída aos finais de semana.
Rosário teve a prisão temporária decretada pela Justiça por
30 dias por suposta participação no duplo homicídio. Ele já é
detento em desinternação progressiva -passa os finais de semana em casa- do Hospital de
Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha,
na Grande São Paulo. A unidade prisional abriga detentos
com transtornos psicológicos.
Ele saiu da unidade prisional
na última sexta e retornou na
segunda, segundo dados de seu
cadastro no sistema prisional.
O crime ocorreu no sábado.
Os irmãos foram encontrados pela polícia, anteontem,
nus e com várias perfurações
pelo corpo -um deles tinha um
braço quebrado. Foram encontradas também embalagens de
preservativo no local. A polícia
diz que ainda não se pode afirmar que houve abuso sexual.
Segundo o delegado Raul
Machado Tilcher, do DHPP
(Departamento de Homicídios
e Proteção à Pessoa), o preso
está "admitindo aos poucos a
participação no crime" -ele teria admitido ter estado no local
do crime no sábado, mas não tinha sido ouvido oficialmente
até a noite de ontem.
Rosário não tinha advogado
constituído e a reportagem não
teve acesso ao suspeito. Ele
chegou à sede do DHPP por
volta das 22h de ontem. A polícia pretendia fazer o depoimento oficial dele e o reconhecimento por parte de três garotos sobreviventes, que teriam
sido atacados por ele horas antes da morte dos dois irmãos.
Segundo o DHPP, Rosário
ainda tem antecedentes criminais por atentado violento ao
pudor e roubo. O DHPP acredita que ele está envolvido em outros crimes sexuais. Quatro
mortes ocorridas desde fevereiro passado, na mesma região, estão sob investigação.
Rosário foi preso às 19h30
por policiais do DHPP no Hospital Psiquiátrico de Franco da
Rocha, segundo um funcionário que não quis se identificar.
Para conseguir a desinternação progressiva, o preso precisa
ser aprovado em uma perícia
médica que ateste a sua não-periculosidade. Ontem à tarde, a
assessoria da Secretaria da Administração Penitenciária afirmou que não poderia fornecer
nenhuma informação sobre a
condição do preso nem mesmo
a unidade e o tempo de prisão.
Funcionários ouvidos pela
Folha, no entanto, reclamam
de faltas de médicos, o que prejudicaria a avaliação e o acompanhamento psicológico dos
detentos. A ausência de profissionais motivou uma vistoria
realizada pelo CRM (Conselho
Regional de Medicina) de São
Paulo 15 dias atrás.
Ontem à tarde, dois familiares do preso foram levados por
policiais para prestar depoimento. Segundo o DHPP, Rosário é bastante conhecido na
região onde ocorreram os crimes. "[Essa pessoa] é conhecida pela população local. Segundo moradores, todo mundo o conhecia, inclusive as vítimas",
afirmou a delegada responsável
pelo caso, Cíntia Tucunduva.
A polícia paulista chegou até
a família do preso depois de colher informações de moradores, que o reconheceram pelo
retrato falado feito com informações de três garotos.
Os meninos foram atacados
por um homem que dizia estar
armado no mesmo sábado do
ataque aos irmãos, mas conseguiram fugir. A polícia afirma
acreditar que o suspeito preso
fez os dois ataques.
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