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FAB determina inspeção na TAM e Infraero
Objetivo é avaliar condições de segurança da empresa e de Congonhas que podem ter contribuído para acidente com Airbus
Medida foi recomenda pelo
Cenipa; à TAM também foi
recomendado enfatizar o
uso correto dos manetes em
caso de reversor inoperante
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Aeronáutica determinou
que seja realizada uma vistoria
especial de segurança de vôo na
TAM e nas instalações da Infraero em Congonhas para avaliar quais as condições que podem ter contribuído para o acidente do vôo 3054 em julho,
que deixou 199 mortos.
A recomendação está entre
18 medidas propostas pelo Cenipa (Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e aprovadas pela FAB
na semana passada, após dois
meses de investigação.
Além das vistorias, a investigação focou nas condições de
uso das duas pistas do aeroporto de Congonhas, um indicativo
de que condições de risco foram detectadas.
As recomendações são datadas de 17 de setembro e não trazem justificativas ligadas à investigação, que é sigilosa.
No entanto, o Cenipa tem
obrigação de propor medidas
preliminares, mesmo antes de
suas conclusões finais, sempre
que uma situação de risco é detectada.
A "vistoria de segurança de
vôo especial", segundo a legislação aeronáutica, é específica
para casos de acidentes e visa
reavaliar as condições existentes ou verificar se há novas condições de insegurança.
Ela também pode ser realizada se houver indícios de falhas
na segurança de vôo, alterações
em procedimentos e treinamento ou sinais de "circunstâncias comportamentais adversas nos tripulantes".
A Folha procurou a TAM sobre a questão na noite de ontem, mas não houve posicionamento oficial devido ao horário. Porém, a empresa afirma
que as vistorias são normais
depois de um acidente.
Condições da pista
No caso da vistoria na Infraero, uma das hipóteses é a investigação sobre o procedimento
usado para verificar as condições da pista pouco antes do
acidente, a pedido da torre de
controle, que registrou queixas
de asfalto escorregadio de outros pilotos naquele dia. Na
ocasião, o técnico não desceu
do carro para fazer a checagem.
À TAM também foi recomendado "enfatizar" aos tripulantes o uso correto dos manetes
em caso de reversor inoperante
-a caixa-preta do acidente registra que a alavanca direita foi
"esquecida" em ponto de aceleração, o que impediu a frenagem correta do A-320 em Congonhas.
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