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Procuradoria recolhe maleta que rastreia celular em presídio
Aparelho, que custou R$ 700 mil e foi importado de Israel, foi usado em varreduras em penitenciárias de MS e do PR
A maleta ainda pode gravar conversas, mas essa função não é usada nos presídios, afirma o Departamento Penitenciário Nacional
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um aparelho importado usado pelo Depen (Departamento
Penitenciário Nacional) para
rastrear celulares em unidades
prisionais de todo o país foi recolhido para perícia pelo Ministério Público Federal.
O recolhimento do aparelho,
que custou cerca de R$ 700 mil
e foi trazido em maio passado
de Israel, ocorreu 15 dias atrás e
não há prazo para devolução.
Por conta disso, de acordo
com o Ministério da Justiça,
pedidos de varredura feitas por
dois governos estaduais já deixaram de ser feitos nesse período. A pasta não divulga os Estados justamente para não alertar os criminosos.
O aparelho, conhecido como
ERB móvel ou sistema de extração de identidade de celular,
já foi usado quatro vezes desde
a sua aquisição pelo governo federal. Passou por penitenciárias do Ceará e de Mato Grosso
do Sul, entre elas a unidade federal de Campo Grande, e pelo
presídio de Catanduvas (PR).
Com a ajuda desse aparelho,
de acordo com o Depen, recolheu-se cerca de mil celulares
tanto em penitenciárias cearenses como em sul-matogrossenses. O equipamento é uma
espécie de laptop com antena.
Ele pode identificar, um a um,
os celulares existentes dentro
de uma unidade prisional, além
de bloqueá-los em seguida.
Embora o aparelho possa
gravar conversas, o Depen informou que a maleta é usada
apenas para bloquear o uso de
celulares em presídios.
O pedido do Ministério Público Federal, autorizado pela
Justiça Federal, ocorreu por
conta da crise nacional gerada
pelo uso indiscriminado de interceptações telefônicas, após
gravação e divulgação de conversa entre o presidente do
STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, e
o senador Demóstenes Torres
(DEM-GO).
Os procuradores solicitaram
ao ministério a entrega para
análise de todos os equipamentos desse tipo que estão sob responsabilidade da Polícia Federal, do Depen, da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança
Pública) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Ao responder em ofício ao
Ministério Público, a pasta entregou dez aparelhos da PF e
esse do Depen, além de ter informado sobre a ausência desse
tipo de equipamento na Senasp
e na PRF. No mesmo documento, o Ministério da Justiça solicitou que o único aparelho do
Depen fosse devolvido o quanto antes.
Enquanto estuda a importação de outros aparelhos desse
tipo, o ministério está treinando técnicos para poder manuseá-los nessas operações nos
Estados.
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