São Paulo, Quarta-feira, 27 de Outubro de 1999
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Morrem dois presos em rebelião em Caraguatatuba


CRISTINA LIMA MARTINS
free-lance para a Folha Vale

Dois presos morreram e outros quatro foram espancados durante a mais grave rebelião registrada na Cadeia Pública de Caraguatatuba, desde 92.
A rebelião começou às 8h de ontem, quando 140 detentos que ocupavam as oito celas da cadeia foram soltos para o banho de sol.
A capacidade do local é de 48 presos. O motim foi controlado por volta das 11h. A última rebelião em Caraguatatuba (litoral norte km de SP) ocorreu há quatro meses, mas não houve feridos.
De acordo com a Polícia Civil, a rebelião de ontem foi para justificar a morte de Paulo Rogério de Oliveira e Willian Roberto da Silva, condenados por furto.
Eles estavam na cela do "seguro", onde ficam os detentos ameaçados de morte, com outros quatro presos. Oliveira e Silva foram mortos com golpes de estiletes, socos e pontapés.
A informação foi confirmada pelo juiz-corregedor de Caraguá, André Augusto Salvador Bezerra.
Já os presos alegam que os motivos da rebelião foram a superlotação do local, a morosidade na transferência dos condenados e a qualidade da comida. Os pedidos foram entregues ao juiz.
Segundo o delegado Orley Siqueira, 46 presos já têm condenação definitiva e outros 40, em primeira instância.
O juiz disse que esteve na semana passada na cadeia, conversou com os presos e eles não haviam feito reivindicações.
Para o delegado, "a situação na cadeia devido à superlotação está crítica". Segundo Siqueira, o pedido de vagas para transferência é constante.
O grupo de detentos também denunciou que um delegado, cujo nome não foi divulgado, estaria espancando os presos. A Polícia Civil informou que vai abrir uma sindicância para apurar o caso.



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