|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Morrem dois presos em rebelião em Caraguatatuba
CRISTINA LIMA MARTINS
free-lance para a Folha Vale
Dois presos morreram e outros
quatro foram espancados durante a mais grave rebelião registrada
na Cadeia Pública de Caraguatatuba, desde 92.
A rebelião começou às 8h de ontem, quando 140 detentos que
ocupavam as oito celas da cadeia
foram soltos para o banho de sol.
A capacidade do local é de 48
presos. O motim foi controlado
por volta das 11h. A última rebelião em Caraguatatuba (litoral
norte km de SP) ocorreu há quatro meses, mas não houve feridos.
De acordo com a Polícia Civil, a
rebelião de ontem foi para justificar a morte de Paulo Rogério de
Oliveira e Willian Roberto da Silva, condenados por furto.
Eles estavam na cela do "seguro", onde ficam os detentos
ameaçados de morte, com outros
quatro presos. Oliveira e Silva foram mortos com golpes de estiletes, socos e pontapés.
A informação foi confirmada
pelo juiz-corregedor de Caraguá,
André Augusto Salvador Bezerra.
Já os presos alegam que os motivos da rebelião foram a superlotação do local, a morosidade na
transferência dos condenados e a
qualidade da comida. Os pedidos
foram entregues ao juiz.
Segundo o delegado Orley Siqueira, 46 presos já têm condenação definitiva e outros 40, em primeira instância.
O juiz disse que esteve na semana passada na cadeia, conversou
com os presos e eles não haviam
feito reivindicações.
Para o delegado, "a situação na
cadeia devido à superlotação está
crítica". Segundo Siqueira, o pedido de vagas para transferência é
constante.
O grupo de detentos também
denunciou que um delegado, cujo
nome não foi divulgado, estaria
espancando os presos. A Polícia
Civil informou que vai abrir uma
sindicância para apurar o caso.
Texto Anterior: Educação: Itaú e Unicef escolhem ganhadores de prêmio Próximo Texto: Previsão do trânsito: Festa de São Judas fecha av. Jabaquara Índice
|