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São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2003

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RIO

Professora, que estava em banana-boat atingida pelo barco na baía de Sepetiba, teve as pernas amputadas; piloto está desaparecido

Rapaz morre após ser atropelado por lancha

TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Desgovernada, uma lancha bateu em dois barcos, matou um adolescente na praia da Pitangueira (ilha de Jaguanum, na baía de Sepetiba, litoral do Rio) e atropelou um banana-boat com turistas, anteontem à tarde. Uma mulher que estava na banana teve as pernas amputadas. Armelindo Corrêa de Miranda, piloto da lancha, fugiu. A Capitania dos Portos e a Polícia Civil investigam o caso.
Segundo testemunhas, pouco após ligar a lancha Pimba Pimbinha, o piloto acelerou muito, bateu nos barcos e atropelou Gabriel Borges Soares Silva, 16, que morreu na hora. Ele aguardava a chegada da lancha para um passeio.
A seguir, a lancha atropelou o banana-boat, que estava a 5 m da areia e se preparava para um passeio. Pelo menos cinco pessoas já estavam na banana, tirando fotos.
A professora Andréia Lisboa Salgado, 33, foi levada pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros para o hospital Miguel Couto (Leblon, zona sul do Rio), onde as pernas foram amputadas. Depois, foi transferida para o Hospital das Clínicas, em Jacarepaguá (zona oeste). As demais pessoas que estavam na banana não se feriram.
Marido da professora, o bancário Orlando Costa Salgado Júnior, 36, disse que o estado dela é grave. "Os médicos disseram que não descartam a hipótese de ela ter uma infecção ou falência renal."
Após o acidente, Miranda teria fugido em um barco de pescadores. A lancha foi rebocada para Mangaratiba (a 70 km do Rio).
Segundo a 165ª DP, em Mangaratiba, Miranda vai responder a inquérito por homicídio culposo, tentativa de homicídio e lesão corporal. O condutor do banana-boat, identificado como Alcides, também fugiu. A polícia recebeu, anteontem à noite, telefonema anônimo dizendo que ele trabalha para um hotel da região.
O jovem e a professora integravam um grupo de 70 turistas, boa parte de Jacarepaguá, que visitava a ilha. "Um capitão da Marinha, que estava no grupo, mandou os dois [Miranda e o amigo] pegarem a lancha para passear com os jovens, entre eles o Gabriel, que morreu", afirmou o marido da professora, que diz conhecer o capitão pelo apelido de Pai Pai.
Salgado Júnior entrará na Justiça contra o piloto da lancha. "Minha esposa perdeu as pernas. Tenho uma filhinha de quatro anos e um filho de sete que viram tudo, estão traumatizados."


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