|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RIO
Professora, que estava em banana-boat atingida pelo barco na baía de Sepetiba, teve as pernas amputadas; piloto está desaparecido
Rapaz morre após ser atropelado por lancha
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Desgovernada, uma lancha bateu em dois barcos, matou um
adolescente na praia da Pitangueira (ilha de Jaguanum, na baía
de Sepetiba, litoral do Rio) e atropelou um banana-boat com turistas, anteontem à tarde. Uma mulher que estava na banana teve as
pernas amputadas. Armelindo
Corrêa de Miranda, piloto da lancha, fugiu. A Capitania dos Portos
e a Polícia Civil investigam o caso.
Segundo testemunhas, pouco
após ligar a lancha Pimba Pimbinha, o piloto acelerou muito, bateu nos barcos e atropelou Gabriel
Borges Soares Silva, 16, que morreu na hora. Ele aguardava a chegada da lancha para um passeio.
A seguir, a lancha atropelou o
banana-boat, que estava a 5 m da
areia e se preparava para um passeio. Pelo menos cinco pessoas já
estavam na banana, tirando fotos.
A professora Andréia Lisboa
Salgado, 33, foi levada pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros
para o hospital Miguel Couto (Leblon, zona sul do Rio), onde as
pernas foram amputadas. Depois,
foi transferida para o Hospital das
Clínicas, em Jacarepaguá (zona
oeste). As demais pessoas que estavam na banana não se feriram.
Marido da professora, o bancário Orlando Costa Salgado Júnior,
36, disse que o estado dela é grave.
"Os médicos disseram que não
descartam a hipótese de ela ter
uma infecção ou falência renal."
Após o acidente, Miranda teria
fugido em um barco de pescadores. A lancha foi rebocada para
Mangaratiba (a 70 km do Rio).
Segundo a 165ª DP, em Mangaratiba, Miranda vai responder a
inquérito por homicídio culposo,
tentativa de homicídio e lesão
corporal. O condutor do banana-boat, identificado como Alcides,
também fugiu. A polícia recebeu,
anteontem à noite, telefonema
anônimo dizendo que ele trabalha para um hotel da região.
O jovem e a professora integravam um grupo de 70 turistas, boa
parte de Jacarepaguá, que visitava
a ilha. "Um capitão da Marinha,
que estava no grupo, mandou os
dois [Miranda e o amigo] pegarem a lancha para passear com os
jovens, entre eles o Gabriel, que
morreu", afirmou o marido da
professora, que diz conhecer o capitão pelo apelido de Pai Pai.
Salgado Júnior entrará na Justiça contra o piloto da lancha. "Minha esposa perdeu as pernas. Tenho uma filhinha de quatro anos e
um filho de sete que viram tudo,
estão traumatizados."
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Com sol e decisão judicial, nudistas aproveitam praia Índice
|