São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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Presos 3 acusados no caso do padre Júlio

Ex-interno da Febem acusado de extorquir dinheiro do religioso por três anos foi detido no centro de SP

DO "AGORA"

A polícia prendeu na noite de ontem o ex-interno da Febem Anderson Batista, 25, acusado de extorquir dinheiro do padre Júlio Lancelotti, 58, por três anos. Também foram detidos a mulher do ex-interno, Conceição Eletério, 44, e Evandro Guimarães.
A prisão preventiva deles havia sido decretada pela Justiça no dia 9 de outubro, e desde então eles eram considerados foragidos. As detenções aconteceram no centro de São Paulo.
Segundo denúncia do padre à polícia, Batista o chantageava e o ameaçava com denúncias falsas de pedofilia. Lancelotti disse ter sido extorquido em cerca de R$ 80 mil -na versão inicial, eram R$ 50 mil.
O padre diz que entregou dinheiro a ele por medo de ser agredido e por acreditar que "poderia mudar as pessoas que o extorquiam".
Após uma denúncia, o próprio padre passou a ser investigado em um inquérito por corrupção de menores. Lancelotti não comentou a denúncia.
Guimarães era um dos encarregados pelo ex-interno de buscar o dinheiro. O outro era Everson, seu irmão, que está preso desde o dia 6 de setembro. Ontem, uma testemunha afirmou que ao menos outras quatro pessoas também recebiam dinheiro do padre.
A testemunha, o mecânico de refrigeradores José Carlos Ferreira, afirmou que o dinheiro era dado pelo padre a Batista por "espontânea vontade". Ele contou ter presenciado o próprio padre entregando ao ex-interno envelopes com "grandes porções de dinheiro". Em um dos envelopes, que ele contou ter visto Batista abrir, haveria "uns R$ 40 mil".
A testemunha também recebeu R$ 50 do ex-interno após emprestar o CPF para Batista comprar uma televisão, um frigobar e um celular.
O padre não acusou outras pessoas de participarem do esquema. A testemunha que depôs ontem à polícia, contudo, disse que um casal que cuidava da pensão arrendada pelo ex-interno, a empregada de nome Conceição e um morador vizinho da pensão recebiam envelopes de dinheiro de Lancelotti.
A testemunha afirmou ainda conhecer o religioso há 20 anos. "O padre ia sempre atrás do Anderson na pensão. Nunca aparentou que os dois estavam brigados."


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