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Presos 3 acusados no caso do padre Júlio
Ex-interno da Febem acusado de extorquir dinheiro do religioso por três anos foi detido no centro de SP
DO "AGORA"
A polícia prendeu na noite de
ontem o ex-interno da Febem
Anderson Batista, 25, acusado
de extorquir dinheiro do padre
Júlio Lancelotti, 58, por três
anos. Também foram detidos a
mulher do ex-interno, Conceição Eletério, 44, e Evandro
Guimarães.
A prisão preventiva deles havia sido decretada pela Justiça
no dia 9 de outubro, e desde então eles eram considerados foragidos. As detenções aconteceram no centro de São Paulo.
Segundo denúncia do padre à
polícia, Batista o chantageava e
o ameaçava com denúncias falsas de pedofilia. Lancelotti disse ter sido extorquido em cerca
de R$ 80 mil -na versão inicial,
eram R$ 50 mil.
O padre diz que entregou dinheiro a ele por medo de ser
agredido e por acreditar que
"poderia mudar as pessoas que
o extorquiam".
Após uma denúncia, o próprio padre passou a ser investigado em um inquérito por corrupção de menores. Lancelotti
não comentou a denúncia.
Guimarães era um dos encarregados pelo ex-interno de buscar o dinheiro. O outro era
Everson, seu irmão, que está
preso desde o dia 6 de setembro. Ontem, uma testemunha
afirmou que ao menos outras
quatro pessoas também recebiam dinheiro do padre.
A testemunha, o mecânico de
refrigeradores José Carlos Ferreira, afirmou que o dinheiro
era dado pelo padre a Batista
por "espontânea vontade". Ele
contou ter presenciado o próprio padre entregando ao ex-interno envelopes com "grandes porções de dinheiro". Em
um dos envelopes, que ele contou ter visto Batista abrir, haveria "uns R$ 40 mil".
A testemunha também recebeu R$ 50 do ex-interno após
emprestar o CPF para Batista
comprar uma televisão, um frigobar e um celular.
O padre não acusou outras
pessoas de participarem do esquema. A testemunha que depôs ontem à polícia, contudo,
disse que um casal que cuidava
da pensão arrendada pelo ex-interno, a empregada de nome
Conceição e um morador vizinho da pensão recebiam envelopes de dinheiro de Lancelotti.
A testemunha afirmou ainda
conhecer o religioso há 20
anos. "O padre ia sempre atrás
do Anderson na pensão. Nunca
aparentou que os dois estavam
brigados."
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