São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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POLÊMICA

Cabral nega ter dado data para fim do tráfico de drogas

DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), distribuiu ontem, por meio de sua assessoria, nota em que informa que não mensurou o tempo que o Estado levará para pôr fim ao tráfico em favelas do Rio de Janeiro. A nota faz referência a trecho de entrevista publicada ontem pela Folha.
"Em nenhum momento o governador fixou prazo para acabar com o tráfico nas comunidades, embora tenha fixado que será um combate duro e permanente. Segue a íntegra da declaração do governador: "Não é uma briga fácil, não é uma briga em que a tensão e o estresse tenham tempo certo de terminar... que você diga: olha, imprensa, compreenda: daqui a três meses, daqui a quatro meses, tá tudo... não, não é assim. É uma guerra, não tem como mensurar... É uma guerra". O único prazo tratado foi para o início das obras do PAC no Complexo do Alemão: "Possivelmente, em fevereiro'", diz a nota distribuiída.
Na entrevista à Folha, antes do trecho reproduzido pela assessoria, o governador afirmou que não tinha a menor dúvida de que teria de "extirpar" o tráfico de drogas no Complexo do Alemão para implantar o PAC. Na sequência à pergunta se tinha como implantar as obras do PAC com as favelas dominadas pelo tráfico, o governador respondeu que "não tem, de jeito nenhum". E em seguida disse que o PAC começará provavelmente em fevereiro.
No dia da entrevista, o governador já havia reclamado da manchete de quarta-feira da Folha -"Para Cabral, fertilidade faz de favela "fábrica de marginais'"- por considerá-la errada. "Não é a favela que é uma fábrica de produção de marginal, mas o fato do Estado não oferecer às mulheres pobres a chance de suspender a gravidez."


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