São Paulo, domingo, 27 de novembro de 2005

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ESPELHO MEU

Paciente diz ter sofrido risco de morte após lipoaspiração; Vigilância constata falta de alvará na clínica dele na Bahia

Médico é investigado por cirurgia na Bahia

FERNANDA BASSETTE
FABIANE LEITE

DA REPORTAGEM LOCAL


O Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) informou que existem três processos e uma acusação em andamento contra o médico Romeu Bruno Molinari em Salvador, onde ele mantém uma clínica de estética.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo também apura a morte de uma paciente atendida por Molinari, a advogada Silvana Turine Augusto.
O cardiologista Jadelson Andrade informou que, na semana passada, notificou o conselho depois que seu paciente Marcelo Valadares Silva, 28, deu entrada no Hospital Aliança no dia 31 de outubro, sob risco de morte, após uma cirurgia de lipoaspiração que teria sido realizada por Molinari.
Relatório do pneumologista Jorge Pereira, que atendeu Silva no hospital, afirma que o rapaz apresentava insuficiência respiratória aguda em razão de comprometimento dos pulmões ocorrido após a lipoaspiração na barriga.
Segundo o vice-presidente do Cremeb, Jorge Cerqueira, a acusação ainda está em fase de instrução, ou seja, o conselho ainda precisa investigar se tem procedência. Já os três processos significam, em tese, que as acusações apresentadas por ex-pacientes têm consistência.
O teor das acusações feitas na Bahia não pode ser divulgado até que a investigação seja encerrada, disse Cerqueira. Mas, com base em relatos de três pacientes -que preferem não se identificar-, a Folha apurou que as reclamações feitas ao Cremeb tratam de supostos erros em procedimentos estéticos realizados na clínica do médico em Salvador: peelings que geraram cicatrizes nas costas e queimaduras em outra jovem e problemas na pele de uma ex-paciente após uma bioplastia, técnica de preenchimento.
Em vistoria realizada na última sexta-feira na clínica de Molinari, a Vigilância Sanitária da Bahia constatou falta de alvará sanitário de funcionamento e a presença de medicamentos vencidos, entre eles bicarbonato de sódio, cremes para drenagem linfática e emolientes. A Vigilância deu 48 horas para Molinari regularizar a situação, sob o risco de ter a clínica interditada.


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